Brasil publica decreto para impulsionar segmento de lítio

As importações e exportações brasileiras de lítio não exigirão mais autorização preliminar, de acordo com um decreto publicado na quarta-feira.

Anteriormente, essas operações exigiam sinal verde de órgãos governamentais, como a Comissão Nacional de Energia Nuclear.

“Esta medida faz parte dos esforços do governo para reduzir a burocracia no setor de mineração e melhorar o ambiente de negócios”, disse à BNamericas o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, Pedro Paulo Dias Mesquita.

A medida deve atrair investimentos em lítio. A região do Vale do Jequitinhonha, no estado de Minas Gerais, que abriga a maior parte das reservas de lítio do Brasil, pode receber R$ 15 bilhões (US$ 2,76 bi) em investimentos em lítio até 2030.

“Além das já conhecidas atividades de empresas de lítio como Sigma Lithium, AMG Mineração e CBL (Companhia Brasileira de Lítio), outras empresas estão na fase inicial de atividade, a qual gera investimentos em toda a cadeia produtiva do lítio”, explicou Mesquita.

As autoridades estimam que o segmento de lítio pode criar mais de sete mil empregos diretos.

O lítio é considerado estratégico devido à demanda esperada como parte da transição energética global.

“Estamos desenvolvendo um plano nacional de mineração, que definirá estratégias para o desenvolvimento do setor até 2050. Daremos ênfase ao desenvolvimento da mineração de materiais que serão mais demandados na transição energética, como lítio, cobre, níquel, urânio, entre muitos outros”, concluiu Mesquita.