Brasil usa aplicativo para identificar fonte de manchas de óleo offshore

O Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) do Brasil disponibilizou uma tecnologia para ajudar as autoridades federais a identificar e registrar fragmentos ou manchas de óleo observados ao longo da costa desde agosto.

O aplicativo para smartphone permite que as autoridades insiram uma foto e a localização de uma mancha de óleo identificada. Dessa forma, está sendo construído um banco de dados com dados de campo, inclusive de operações de limpeza e resultados de investigações sobre a origem do óleo.

A Marinha e o Ibama podem usar o banco de dados para rastrear e localizar manchas de óleo.

Durante uma reunião na última terça-feira (11) com a autoridade de segurança e meio ambiente ANP, o assessor-chefe da Direção-Geral de Navegação da Marinha, contra-almirante Cassiano, disse que as amostras dos resíduos de petróleo coletadas este ano não têm correlação com o óleo do grande vazamento de 2019.

Segundo análises do centro de tecnologia da Marinha, as manchas recentes podem ser decorrentes da limpeza dos tanques dos navios.

Cassiano destacou que foram analisados dados de 4.185 navios e, complementando as diretrizes para realização e monitoramento de inspeções do Departamento de Portos e Costa da Marinha, foram estabelecidas inspeções de embarcações suspeitas nos portos brasileiros.

O derramamento de óleo de 2019 afetou mais de 2.000 km de litoral nas regiões Nordeste e Sudeste. Investigações descobriram que o vazamento veio do navio-tanque Bouboulina, de bandeira grega.

O navio havia sido carregado na Venezuela e estava a caminho da Cidade do Cabo.

Além disso, de acordo com as investigações, o vazamento ocorreu entre 28 ou 29 de julho de 2019, quando o Bouboulina navegava a cerca de 730 km da costa brasileira.