Brisanet aumenta seu capex com aceleração da operação do 5G

Segunda maior provedora de serviços de internet do Brasil, a Brisanet aumentou seu capex – e aumentou seus custos – graças à aceleração de sua operação do 5G, de acordo com seu último relatório de lucros.

Nos primeiros nove meses do ano, a empresa investiu R$ 628 milhões (US$ 108 mi), medidos por adições a ativos fixos e ativos intangíveis. O valor se compara aos mais de R$ 331 milhões do mesmo período do ano passado.

A Brisanet também afirma ter valores já desembolsados e capitalizados, mas que ainda não estão gerando receita, totalizando R$ 493 milhões.

Segundo a empresa, são equipamentos em estoque ou em processo de importação e obras em andamento.

A comercialização do 5G da Brisanet começou no final do terceiro trimestre de 2023. A empresa adquiriu três licenças regionais no leilão do 5G de 2021, abrangendo a cobertura das regiões Nordeste e Centro-Oeste. A Huawei é sua principal fornecedora.

No final de outubro de 2024, a Brisanet declarou ter 254.914 clientes ativos no segmento móvel. No final de setembro, eram 222.823 e no final de março eram 128.404.

CUSTOS, DÍVIDA E ALAVANCAGEM

A operação 5G também impactou os custos e lucros da empresa, bem como sua dívida no período.

A Brisanet relatou R$ 15,9 milhões em lucro líquido no terceiro trimestre, para uma queda interanual de 49%, a qual a empresa atribuiu aos custos e despesas associados ao segmento móvel. A receita operacional líquida cresceu 17%, para R$ 365 milhões.

“Nos últimos doze meses, recrutamos mais de mil novos colaboradores (somos pouco mais de 8,5 mil funcionários ao final de setembro de 2024) e estendemos a cobertura do 4G/5G, para uma população de pouco mais de 9 milhões de habitantes, em outubro de 2024. Seguindo o modelo de crescimento orgânico, que consideramos ser o mais eficaz, seguimos focados em expandir nossas operações e ativos para atender à demanda futura. Isso implica um aumento inicial nos custos e despesas”, informou a empresa em seu relatório.

Maiores custos e despesas financeiras, impactados por debêntures, empréstimos e emissões de títulos, também pressionaram sua dívida. A dívida líquida do grupo ultrapassou R$ 1 bilhão no final de setembro, ante R$ 738 milhões um ano antes.

Apesar disso, a Brisanet argumenta que mantém um nível de alavancagem saudável para o setor, em 1,74 em termos de dívida líquida sobre Ebitda.

“O ciclo de investimentos no segmento móvel (4G/5G), embora intenso, não deve resultar em fluxos negativos contínuos, ao contrário do que ocorreu no segmento de fibra. Reforçamos que a Companhia possui um negócio mais maduro em fibra, o que sustenta o crescimento do segmento móvel”, acrescentou.

No final de setembro, a Brisanet relatou 7,06 milhões de lares com fibra, um aumento marginal em relação ao trimestre anterior e cerca de 111 mil a mais do que em setembro de 2023. A rede de FTTH atende às mesmas 158 cidades registradas no segundo trimestre de 2024 e terceiro trimestre de 2023.

Quanto à cobertura móvel, a Brisanet adicionou mais 51 cidades durante o terceiro trimestre de 2024, totalizando 184.