BTP alinha 20 iniciativas digitais além de rede privada 5G

A Brasil Terminal Portuário S.A. (BTP) tem pelo menos 20 projetos de produtividade/transformação digital mapeados para serem implementados após a ativação de sua rede privada 5G, uma das primeiras do setor na América Latina, disse à BNamericas a gerente geral de TI da empresa, Fabiana de Alencar.

A BTP está entre as maiores operadoras de terminais de contêineres da América do Sul, com operações no porto brasileiro de Santos.

“A fase 1 foi a implementação da rede propriamente dita. Agora entramos em uma segunda etapa, com um roteiro de novas tecnologias e serviços para colocar no topo dessa rede”, disse a executiva durante o evento Intermodal de Infraestrutura e Logística, realizado em São Paulo.

Este roteiro inclui detecção de equipamentos, controle de acesso e segurança de funcionários por meio de crachás inteligentes, manutenção preditiva de ativos, uso de câmeras inteligentes e realidade aumentada.

Por exemplo, a empresa atualmente realiza uma prova de conceito para a utilização de óculos inteligentes por funcionários para inspeção de cargas e contêineres com operação assistida por técnicos remotos.

REDE PRIVADA

Inicialmente planejado para funcionar em 4G LTE, o desenho do projeto de rede privada da BTP começou em 2021 devido aos gargalos de conectividade (pontos de sombra) que tinha em áreas externas com sua rede Wi-Fi existente.

Após o leilão do 5G realizado no país em novembro daquele ano, a BTP decidiu rever seus planos originais e avaliar a possibilidade de saltar diretamente para uma rede 5G.

A empresa conversou com todas as principais operadoras móveis que oferecem redes privadas e com todos os principais fornecedores de equipamentos de rede e antenas. No final das contas, a empresa decidiu que as melhores propostas eram da TIM e da Nokia.

Oito estações rádio-base (antenas) irradiam o sinal 5G para conectar as áreas externas de operações da BTP, substituindo cerca de 60 pontos de acesso Wi-Fi anteriormente instalados, explicou a executiva.

“Não foi um projeto simples. Uma antena seria suficiente para cobrir todo o terminal. Mas escolhemos oito para ter uma redundância realmente alta. Temos cobertura de ponta a ponta e alta disponibilidade em 100% do terminal”, acrescentou Alencar.

A rede começou a operar em julho do ano passado, inicialmente em fase assistida em conjunto com os dois parceiros. A ideia era começar a operar gradativamente, mas a rede funcionou tão bem e de forma tão estável que a BTP passou rapidamente para plena utilização.

Toda a operação do pátio da BTP é baseada nesta rede, desde a entrada dos navios até a movimentação da carga.

A executiva prevê que as novas iniciativas mapeadas sejam realizadas entre 2024 e 2025, como parte dos demais projetos operacionais e investimentos da empresa no terminal.

No final do ano passado, a BTP anunciou um plano de investimento de R$ 1,9 bilhão (US$ 385 mi) para seu terminal em Santos.

“Cresceremos em eficiência e sustentabilidade, com muita inovação e novos equipamentos eletrificados e mais digitais, adaptados às nossas diretrizes ESG. Temos a ambição de ser uma referência em operações portuárias de excelência que combinem desenvolvimento econômico, criação de emprego, respeito pelo ambiente e inclusão social”, disse na época o CEO da BTP, Ricardo Arten.