Câmara de mineração pede retomada do diálogo com a First Quantum sobre a mina Cobre Panamá

A Câmara de Mineração do Panamá (Camipa) apelou ao novo governo do país para que seja retomado o diálogo com a First Quantum Minerals sobre o futuro da emblemática mina Cobre Panamá.

O presidente da Camipa, Roderick Gutiérrez, disse à imprensa local que, até ao momento, foram instaurados sete processos arbitrais, tanto de fornecedores como de investidores, exigindo indemnizações num valor próximo a US$ 57 bilhões.

A Reuters informou na semana passada que a empresa canadense iniciará um processo de arbitragem contra o Panamá este mês perante o Tribunal Internacional de Arbitragem, localizado em Miami, no qual reivindicará US$ 20 bilhões em compensação pelo fechamento da maior mina de cobre da América Central.

“A First Quantum cumprirá o prazo de 30 de julho para iniciar a arbitragem formal contra o Panamá, pois tem o dever fiduciário de fazê-lo”, disse à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto, sob condição de anonimato, uma vez não estava autorizada a falar com os meios de comunicação.

O novo presidente panamenho, José Raúl Mulino, anunciou no seu primeiro discurso a intenção de reabrir temporariamente o local para o seu encerramento definitivo após uma rigorosa auditoria.

Gutiérrez destacou que o conceito de “abrir para fechar” não existe. “O que existe é o termo ‘plano de encerramento’, que deve estar pronto desde o início do projeto mineiro para ser aplicado à medida que as atividades vão sendo concluídas”, acrescentou.

Autoridades e especialistas alertaram sobre os riscos ambientais e de segurança de manter mais de 130 mil toneladas de concentrado de cobre armazenadas nas instalações da Minera Panamá devido à impossibilidade de exportá-lo, e do mineral exposto, que não pode ser processado. Por isso, em relatório publicado em maio, pediram a autorização de operações mínimas.