Canacol decide ‘esperar para ver’ antes de entrada na Venezuela

A produtora de gás natural Canacol não se apressará para entrar no setor de hidrocarbonetos da Venezuela depois da suspensão parcial das sanções ao país sul-americano por parte dos Estados Unidos.

Os comentários foram feitos no momento em que a produtora de gás com foco na Colômbia anunciava planos de entrar no segmento de upstream da Bolívia, à medida que busca diversificar seu portfólio de ativos focado na Colômbia.

“Analisamos a maioria das bacias onshore propensas a gás na América do Sul, inclusive na Venezuela”, contou o CEO da Canacol, Charle Gamba, em uma teleconferência para investidores nesta sexta-feira (20).

“Um dos critérios que usamos foi a estabilidade contratual e um ambiente operacional benigno. Infelizmente, a Venezuela não se enquadra nesse perfil no momento.” 

Washington revogou uma série de restrições – a maior parte relacionada com a indústria de petróleo e gás – na noite da última quarta-feira (18), depois de o regime de Nicolás Maduro ter chegado a um acordo com os partidos de oposição para permitir a realização de eleições competitivas e monitoradas internacionalmente no ano que vem. 

A concessão mais significativa foi uma licença geral emitida pelo Departamento do Tesouro dos EUA que permite que a Venezuela produza e exporte petróleo sem restrições durante os próximos seis meses.

“A isenção [dos EUA] concedida esta semana foi de seis meses. Depois desse prazo, será revista”, acrescentou Gamba.

“Ainda há, para nós, um pouco de incerteza no que diz respeito à estabilidade contratual na Venezuela, o que nos impede de olhar para o assunto mais seriamente no momento. Mas, se isso mudar, com certeza poderá ser um caminho a seguir.” 

Olivier Le Peuch, CEO da empresa de serviços petrolíferos SLB, disse nesta sexta-feira que a empresa “responderia o mais rápido possível” à demanda dos operadores de campos de petróleo e gás na Venezuela.