Capital privado é necessário para atingir as metas de energia renovável do México, diz novo secretário da Economia

O México precisa trabalhar com o setor privado para atingir as metas de energia limpa do novo governo, disse o secretário da Economia, Marcelo Ebrard, na terça-feira (8).

“Precisamos gerar energia limpa como nunca antes na história do México. Precisamos de capital privado”, declarou Ebrard em entrevista à Bloomberg.

“A ideia é convidar o capital privado e compartilhar a responsabilidade que o setor público no México terá”, acrescentou.

Em sua posse como presidente em 1º de outubro, Claudia Sheinbaum estabeleceu uma meta de que 45% da eletricidade do México seja proveniente de fontes renováveis até 2030. O nível atual é de cerca de 13%.

Sheinbaum fornecerá mais detalhes sobre como o governo planeja atrair investimentos privados em uma conferência empresarial na Cidade do México em 15 de outubro.

O México precisa fornecer aos investidores regras claras e certeza, segundo Ebrard.

SETOR PRIVADO

Ebrard foi secretário das Relações Exteriores do ex-presidente e mentor político de Sheinbaum, Andrés López Manuel Obrador, conhecido como AMLO.

O governo AMLO foi abertamente hostil ao investimento estrangeiro no setor energético, vetou projetos eólicos e solares e aumentou o papel de estatais, como a CFE.

Embora Sheinbaum mantenha a política de seu antecessor de reservar 54% do mercado mexicano de geração de energia para a CFE, ela informou que trabalhará com o setor privado para acelerar o desenvolvimento de projetos de energia renovável.

“É uma joint venture”, afirmou Ebrard na entrevista. “O setor público no México terá algo como 54% do esforço, e o resto, 46%, é de capital privado.”

Ebrard acrescentou que “uma enorme soma de dinheiro” precisa ser investida na transmissão e distribuição de energia, especialmente no norte do país.

Devido ao poder orçamentário limitado do México, trabalhar com capital privado é a única maneira de desenvolver energia renovável e outros projetos de infraestrutura, concluiu o secretário.