Carlos Slim aumenta participação no campo offshore de Zama, no México

O empresário mexicano Carlos Slim aumentou sua participação na empresa de petróleo e gás Talos México para 80%, intensificando o controle sobre a promissora descoberta offshore de Zama.

A Talos Energy, sediada em Houston, descobriu Zama em 2017. Sua subsidiária Talos Mexico detém uma participação de 17,4% no campo.

Com até 180.000 b/d, o pico de produção esperado de Zama representará cerca de 10% da produção de petróleo do México.

Slim, um forte defensor do nacionalismo energético do governo mexicano, adquiriu uma participação de 49,9% na Talos México em 2023 por meio de seu empreendimento Zamajal.

Nos últimos anos, seu conglomerado Grupo Carso investiu pesado no setor de petróleo e gás do país.

Em um comunicado à imprensa divulgado nesta terça-feira (17), a Talos Energy informou que a Zamajal pagará US$ 49,7 milhões por mais 30,1% de sua subsidiária mexicana, com US$ 33 milhões a serem pagos na primeira produção da Zama.

A propriedade de Zamajal é dividida entre 90% do Grupo Carso e 10% da holding de Slim, Control Empresarial, que também detém cerca de 24% da Talos Energy.

A Zamajal pagou US$ 125 milhões por sua participação original de 49,9% na Talos México, incluindo US$ 49,9 milhões na primeira produção da Zama.

A Talos Energy deterá os 20% restantes da Talos México.

ZAMA

A transação marca o último capítulo de uma saga que começou em 2017, quando a Talos descobriu o campo offshore de Zama em águas rasas na costa de Tabasco.

Zama contém cerca de 750 milhões de barris de óleo equivalente e é visto como fundamental para manter a produção de petróleo do México nos níveis atuais.

Em 2021, em uma decisão altamente controversa, a Secretaria da Energia do México nomeou a petrolífera nacional Pemex como operadora do campo.

A Pemex detém 50,4% da Zama, enquanto a Harbour Energy, sediada no Reino Unido, detém os 32,2% restantes.

O trabalho de engenharia básica (FEED) no campo de Zama começou em 2024.

A decisão final de investimento, que era esperada para este ano, ainda não se concretizou, supostamente por conta de divergências entre os parceiros.

Gustavo Baquero, diretor da Harbour Energy no México, disse em novembro que espera que a decisão sobre Zama seja anunciada em 2025.

O desenvolvimento do campo custará cerca de US$ 4,5 bilhões.

POISON PILL

Como parte da última transação, a Talos Energy eliminou o mecanismo de proteção conhecido como “poison pill” que havia adotado para impedir que Slim assumisse o controle da empresa.

A Talos relatou na terça-feira que Slim havia se comprometido a não aumentar sua participação na empresa para mais de 25%.