Chile busca projetos de otimização da produção de hidrogênio verde

O Ministério de Ciência e Tecnologia do Chile lançou uma chamada para projetos de otimização da produção de hidrogênio verde. 

As autoridades estão em busca de propostas focadas em superar os desafios associados à união eficiente de uma usina solar fotovoltaica fora da rede com uma unidade eletrolisadora. 

Um fundo de subsídios de 298 milhões de pesos (US$ 329 mil) foi estabelecido para financiar o trabalho. 

“Otimizar a eficiência desse processo de conversão de energia, especialmente em áreas isoladas ou remotas, onde não há backup de uma rede de distribuição, permitirá a redução da energia necessária e dos custos de produção do hidrogênio, garantindo maior eficiência em aplicações [de hidrogênio verde] fora da rede”, disse o ministério em um comunicado. 

As regiões do norte do Chile possuem recursos solares de classe mundial, mas a principal desvantagem da energia solar fotovoltaica é sua intermitência. 

O ministério está planejando um programa de três fases, em que o número de beneficiários dos subsídios cai e o financiamento aumenta progressivamente. 

As autoridades estimam que cinco projetos compartilharão 38 milhões de pesos na primeira fase, que durará seis meses e envolverá modelagem computacional para validar um protótipo. 

Dois avançarão para a segunda fase, que prevê 100 milhões de pesos em financiamento e tem duração de 14 meses, período em que um protótipo físico será validado. 

O finalista receberá 160 milhões de pesos para um projeto de 16 meses, em que a solução é usada para acoplar uma usina solar a um eletrolisador. 

Os interessados podem apresentar projetos até 14 de julho de 2022. 

A pasta criou o programa em conjunto com o Ministério da Energia, a Comissão Nacional de Energia (CNE), a agência nacional de P&D, o laboratório do governo, a câmara da indústria de hidrogênio H2 Chile, o provedor suíço de serviços de tecnologia ABB e a TRA, empresa de engenharia chilena focada em soluções de hidrogênio verde, tratamento de água e recuperação de resíduos. 

O Chile publicou uma estratégia nacional de hidrogênio verde e, em paralelo, pretende se tornar neutro em carbono até 2050, o que exigiria o desenvolvimento massivo de energias renováveis, a implantação de combustíveis limpos, como derivados de hidrogênio, e a eletrificação de alguns setores. 

De acordo com a estratégia, o país pretende ter 5 GW de capacidade de eletrólise em desenvolvimento até 2025, atingir os menores custos de produção do mundo até 2030 e, até 2040, ser um dos três maiores exportadores de hidrogênio verde do mundo. 

Projetos voltados para o mercado interno e externo estão em desenvolvimento e as obras de um projeto-piloto no sul do país já foram iniciadas. 

Em outras partes do mapa do hidrogênio verde, a agência estatal de desenvolvimento Corfo assinou recentemente contratos para financiar conjuntamente os primeiros projetos industriais de hidrogênio verde do país. Os contratos, envolvendo um total de cerca de US$ 20 milhões, referem-se às plantas planejadas pela empresa de gás natural GNL Quintero, a siderúrgica CAP e a companhia de gás industrial Air Liquide. Os recursos da Corfo serão usados para a compra de eletrolisadores. 

As três plantas estão programadas para entrar em operação por volta do final de 2025. 

LEIA TAMBÉM: Especialista em inovação fala sobre o cenário regulatório do hidrogênio verde no Chile