Chilean Cobalt Corp assina acordo estratégico com a Glencore

A norte-americana Chilean Cobalt Corp (C3) assinou uma carta de intenções não vinculante com a multinacional suíça Glencore para a venda do cobalto e do cobre que pretende extrair de seu projeto La Cobaltera, no norte do Chile.

Com o compromisso de compra, a C3 deverá fornecer à Glencore 100% da produção de cobalto e cobre da empresa por um período inicial de cinco anos, segundo um comunicado.

“A C3 e a Glencore preveem que a maior parte ou todo o fluxo de produtos intermediários de cobre e cobalto será enviada para os Estados Unidos ou para um país com o qual a nação norte-americana tenha um acordo de livre comércio. O valor da venda será baseado em uma fórmula de definição de preços acordada e vinculada aos preços de mercado vigentes no futuro”, destacou a empresa.

A iniciativa faz parte da busca da C3 por financiamento para continuar desenvolvendo La Cobaltera, que atualmente está em fase de exploração avançada na região do Atacama. O capex chega a US$ 250 milhões, para uma produção estimada de 3.000-5.000 t/ano de cobalto e 20.000-25.000 t/ano de cobre.

“A expectativa é que a Glencore apoie o avanço da fase 1 de La Cobaltera e colabore com soluções de processamento e refino nos Estados Unidos, para depois convertê-los em materiais para baterias ou produtos metálicos”, aponta o documento.

“Através deste acordo de compra, a C3 poderá aproveitar as capacidades próprias e a extensa rede global da Glencore como um dos principais produtores e comerciantes de cobalto, com unidades na República Democrática do Congo (RPC), Austrália, Canadá e Noruega, além da presença crescente na área de reciclagem desse mineral nos EUA”, acrescentou a empresa.

O contrato, que está sujeito às condições típicas de uma transação desta natureza, foi firmado depois que a C3 anunciou, em junho, a possibilidade de receber um empréstimo de até US$ 317,4 milhões por 15 anos do Export-Import Bank dos Estados Unidos para financiar a construção de Cobaltera, seu estudo de viabilidade e uma possível aquisição de novas concessões minerárias no Chile.

A C3 está otimista com seu projeto chileno, já que o cobalto é um mineral crítico para a fabricação de baterias de lítio para eletromobilidade e energia limpa.

De acordo com as previsões da C3, haverá um déficit de cobalto e de cobre a partir de 2030. “Há um pipeline insuficiente de projetos em exploração e desenvolvimento para preencher essa lacuna”, alertou a empresa em uma apresentação corporativa, disponível (em inglês) na seção Documentos, no canto superior direito da tela.

Entre as vantagens de La Cobaltera estão uma área mineralizada de 2.635 ha, de propriedade integral da C3, sua baixa altitude (700-1.100 m) e a proximidade do porto de Huasco, que fica a 30 km, e da costa, a apenas 10 km. O planejamento considera o uso da água do mar nas operações.

Além disso, o projeto está próximo da conexão elétrica regional, oferece potencial para o abastecimento com energia solar e está localizado no Chile, um dos países com os quais os EUA têm acordo de livre comércio, por isso, existe a possibilidade de acesso aos incentivos da lei de redução da inflação, que garante créditos e incentivos fiscais a entidades que promovam a produção nacional de energia limpa e de veículos eléctricos.