Chilena Enami tem finanças estabilizadas, abrindo caminho para projeto de lítio Altoandinos, de US$ 1,5 bi

A estatal chilena de minerais Enami conseguiu estabilizar sua situação financeira em 2024 por meio de uma estratégia focada na redução de parte de sua dívida e no controle de custos.

Melhorar suas finanças permite que a empresa se posicione de forma mais favorável para continuar cumprindo seu papel na promoção da mineração em pequena escala e no avanço de seu projeto de lítio Salares Altoandinos, de US$ 1,5 bilhão, localizado na região do Atacama.

A iniciativa está na fase de exploração básica, abrangendo as salinas de Aguilar, La Isla e Grande, localizadas a cerca de 3.000 metros acima do nível do mar, no distrito de Diego de Almagro.

A Enami atualmente trabalha na engenharia do projeto e conduz testes com tecnologias de extração direta de lítio em seu laboratório, enquanto aguarda a concessão do contrato de operação de lítio (conhecido como CEOL) do Ministério de Minas.

Esta é uma perspectiva viável após o ministério concluir com sucesso um processo de consulta indígena em janeiro, um passo crítico para a concessão do CEOL.

Ao mesmo tempo, a Enami continua buscando um parceiro ou financiador para formar uma parceria público-privada para desenvolver Altoandinos, conforme descrito na estratégia nacional para o lítio. A empresa declarou em um anúncio recente que o parceiro selecionado será revelado em maio. Nessa parceria, a Enami contribuirá com sua expertise em salinas, experiência em exploração e CEOLs.

Com base no cronograma de Altoandinos, a exploração avançada está programada para meados de 2026, com um estudo de pré-viabilidade planejado para 2027, um de viabilidade em 2028 e o início do processo de avaliação ambiental em 2029. A meta é iniciar a produção em 2032, disse o superintendente de lítio da Enami, Jerónimo Verdugo, em um evento no mês passado.

Em sua fase inicial, Altoandinos deverá produzir 20.000 t/a (toneladas por ano) de carbonato de lítio equivalente (CLE), com produção projetada para triplicar até 2037.

Em 2024, a Enami encerrou seu ano fiscal com um lucro operacional de US$ 51 milhões, recuperando-se de um prejuízo operacional de US$ 132 milhões em 2023. Este valor não inclui o lucro da venda de sua participação de 10% na operação de cobre de Quebrada Blanca para a estatal de cobre Codelco, uma decisão tomada para ajudar a pagar dívidas.

Com esta venda, a Enami registrou um lucro de US$ 181 milhões, anunciou a empresa em um comunicado nesta terça-feira (4).

No entanto, a paralisação temporária da fundição Hernán Videla Lira em fevereiro de 2024 afetou os resultados positivos do ano passado. Apesar disso, a medida ajudou a melhorar o fluxo de caixa e tornou o projeto de modernização da fundição viável.

Uma série de iniciativas de otimização operacional também contribuíram para a melhoria do desempenho financeiro.

“Isto nos permite projetar resultados operacionais positivos também para 2025”, declarou o vice-presidente executivo da empresa, Iván Mlynarz. O Ebitda da Enami atingiu US$ 209 milhões em 2024, em comparação com US$ 111 milhões negativos em 2023, acrescentou a empresa.