Chinesa Citic Guoan realiza testes finais de planta-piloto de lítio na Bolívia

A empresa chinesa Citic Guoan está realizando os testes finais de uma planta-piloto com tecnologia de extração direta de lítio (EDL) no Salar de Uyuni, nos Andes bolivianos, segundo informações dadas por Karla Calderón, presidente da estatal YLB, ao veículo Bolivia TV.

Calderón explicou que, devido ao padrão de chuvas da região de Uyuni, localizada no oeste da Bolívia, a tecnologia de evaporação utilizada atualmente no país leva entre 12 e 18 meses para produzir a matéria-prima necessária para alimentar as instalações industriais do complexo.

A executiva acrescentou que o governo de Luis Arce vem atuando com medidas técnicas e financeiras para otimizar a produção de lítio.

“Há mais de 10 anos, [as plantas industriais] foram projetadas e gerenciadas para realizar suas operações com base na tecnologia de evaporação. Foi feito um investimento considerável e temos que otimizá-las para que atinjam seu potencial máximo no menor tempo possível”, afirmou.

As plantas operam hoje com 30% da capacidade para a qual foram projetadas. Por isso, segundo Calderón, estão sendo realizados procedimentos técnicos e financeiros para que, com a tecnologia de EDL, o tempo de produção seja reduzido, oferecendo um melhor desempenho em comparação com o método de evaporação.

Na semana passada, uma delegação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) visitou o complexo industrial.

Calderón anunciou que as autoridades planejam iniciar um trabalho em conjunto com o multilateral, que incluiria possíveis investimentos para melhorar a capacidade produtiva das duas plantas industriais em curto prazo.

Além da Citic Guoan, a YLB tem acordos com o consórcio chinês CBC e a empresa russa Uranium One Group para desenvolver instalações-piloto que devem evoluir para a produção industrial com a tecnologia de EDL. 

O potencial de lítio da Bolívia não se limita ao Salar de Uyuni, destacou a executiva. “Temos no nosso território 28 salares e lagoas de sal com potencial para a industrialização”, apontou.

A planta de Uyuni é a primeira operação industrial de carbonato de lítio da Bolívia e deverá produzir 3.000 toneladas este ano.