Claro Chile vence leilão do 5G com lance de US$ 90 mi

A Claro Chile, parte do grupo América Móvil, venceu a segunda licitação do 5G e se tornará a quarta operadora a oferecer o serviço no país. 

“Estamos muito satisfeitos com o resultado deste leilão e cumpre o objetivo de ter uma operadora adicional no espectro 5G”, declarou o ministro das Telecomunicações e Transportes, Juan Carlos Muñoz, durante a abertura das propostas. 

O leilão fez parte de um plano para reorganizar o espectro e utilizá-lo de forma mais eficiente. Muñoz espera que o processo resulte em uma terceiro leilão do 5G. 

“Haverá um investimento significativo por parte do licitante vencedor”, disse Claudio Araya, subsecretário de Telecomunicações (Subtel). 

A Claro Chile apresentou uma oferta única de 83,5 bilhões de pesos (US$ 90,1 mi) pelos cinco blocos de 10 MHz na faixa de 3,5 GHz, com garantia de 45 bilhões de pesos. A Entel , por sua vez, ofereceu 42,4 bilhões de pesos pelo espectro. 

No leilão anterior, de março, que resultou em empate técnico, Claro e Entel foram as únicas operadoras que apresentaram propostas. Na época, cada operadora pagou cerca de 833 milhões de pesos em garantias. 

A Claro agora é obrigada a cobrir 100 novas localidades e 1.500 km de estradas. 

MERCADO MÓVEL 

Em fevereiro de 2021, WOM, Telefónica Movistar e Entel obtiveram 50 MHz cada na faixa de 3,5 GHz, por 32 bilhões, 117 bilhões e 100 bilhões de pesos, respectivamente. Todas as três operadoras oferecem 5G no Chile. 

As operadoras no Chile também possuem licenças na faixa de 26 MHz para serviços 5G. 

Em março, o Chile tinha 4,2 milhões de conexões de banda larga 5G e 22,9 milhões de linhas móveis de Internet no total. O 5G cresceu 74,4% em relação aos 12 meses anteriores, com a penetração ultrapassando os 21%. Enquanto isso, o 4G caiu 6,6% para 17,3 milhões de acessos e o 3G 17,2% para cerca de 910 mil. 

A Entel lidera o mercado móvel com 35,1% de todas as conexões 2G, 3G, 4G e 5G, seguida pela WOM, com 25,2%; Telefónica com 20,3%; Claro com 17,3%; e VTR Mobile com 1,4%. 

Contudo, o cenário dos negócios móveis está prestes a mudar. 

Em abril, a WOM entrou com um processo de recuperação judicial no Tribunal Distrital de Delaware, após garantir uma linha de financiamento de devedor em posse de US$ 200 milhões do JPMorgan. A operadora planeja abrir mão da concessão de 26 GHz porque o mercado não conseguiu desenvolver negócios nessa faixa. 

O futuro da joint venture ClaroVTR também é incerto. Um acordo de capitalização entre América Móvil e Liberty Latin America, proprietária da VTR, estipula que cada empresa deve comprar metade das notas conversíveis antes de 1º de agosto para que a ClaroVTR permaneça uma joint venture 50:50. 

A América Móvil cumpriu a sua obrigação e comprou notas por 721 bilhões de pesos. Se a Liberty não fizer o mesmo, a primeira se tornará proprietária majoritária.