Codelco receberá US$ 532 mi para cumprir meta de descarbonização

A estatal chilena de cobre Codelco receberá US$ 532 milhões do banco francês Crédit Agricole CIB, com garantia do Banco Mundial, para financiar sua transferência para uma matriz energética totalmente renovável a partir de 2030.

“A Codelco representa cerca de 9% do consumo de energia do país, sendo crucial para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e contribuir para um futuro mais sustentável para o Chile”, afirmou a empresa em comunicado.

Sob sua estratégia de descarbonização, a empresa renovou vários contratos de fornecimento de eletricidade para abandonar a energia baseada em carvão.

Entre eles, selou em maio um acordo com a Engie para interromper o fornecimento da Termelétrica Andina a partir de 2026 em suas divisões Gabriela Mistral e Chuquicamata, localizadas na região de Antofagasta. Além disso, em 2022, renegociou com a Colbún o encerramento do fornecimento da Termelétrica Santa María que chegava às suas operações no norte do país.

Em ambos os casos, o fornecimento de fontes verdes chega a 1.000 GWh/a.

No ano passado, a Codelco também materializou um acordo com a AES Andes para acabar com a energia a carvão e atender a demanda das operações Radomiro Tomic e Ministro Hales com cerca de 1,6 TWh/ano de fontes limpas entre 2026 e 2040.

A estas iniciativas se soma uma licitação pública concluída em março, no qual foram outorgados contratos com a Atlas para 375 GWh/a, Colbún para 1.100 GW/a e Innergex para 350 GWh/a. Com estes novos acordos, a Codelco garantiu uma matriz energética composta por 85% de energias renováveis a partir de 2026.

OUTRAS LINHAS

A Codelco, maior produtora de cobre do mundo, também conta com outras linhas de trabalho para contribuir com a redução das emissões de gases de efeito estufa. Uma chamada para receber propostas de inovação por meio de sua área OpenCodelco está permanentemente aberta.

Alguns dos desafios atuais são:

1. eletrificar a mineração subterrânea
2. reduzir as emissões dos caminhões CAEX
3. promover a utilização de hidrogênio verde em aplicações minerárias.

Em primeiro lugar, busca integrar gradualmente às suas frotas de transporte de carga e descarga (LHD) equipamentos elétricos, além de outros, para os quais está aberta a formar alianças estratégicas e desenvolver pilotos de equipamentos minerários, preparando estudos técnico-econômicos de trade-off diesel/elétricos para projetos e operações a partir de 2026.

Com foco na redução de emissões dos caminhões CAEX, a Codelco iniciará no próximo ano a avaliação de alternativas de transporte de materiais (correias), acordos comerciais de descarbonização com fabricantes de equipamentos originais e opções de combustível para iniciar o piloto até 2030.

A empresa também prevê identificar tecnologias baseadas no hidrogênio verde para incorporá-las às suas operações – processo que decorrerá entre 2026 e 2030.