Colômbia aprova licença para linha de transmissão de 500 MW para parques eólicos

A autoridade de licenciamento colombiana ANLA aprovou uma licença ambiental para a linha de transmissão de energia Beta-Alpha, considerada essencial para a expansão da energia renovável do país.

Destinado aos municípios de Albânia, Maicao e Uribia, no norte do departamento de La Guajira, o projeto compreende duas linhas de energia de 220 kV totalizando 80 km.

Ele conectará os parques eólicos Alpha, de 212 MW, e Beta, de 280 MW, à rede elétrica nacional por meio da subestação Cuestecitas.

O investimento na infraestrutura de transmissão deve totalizar 351 bilhões de pesos (US$ 87 milhões), de acordo com documentos vistos pela BNamericas. O gasto de capital combinado necessário para construir os parques eólicos deve chegar a US$ 510 milhões.

"Esta linha de transmissão representa um passo fundamental para a integração de energia limpa ao sistema elétrico do país", disse o diretor-geral da ANLA, Rodrigo Negrete, em um comunicado.

Ele acrescentou que a licença foi concedida após uma "análise rigorosa" do estudo de impacto ambiental apresentado pela proprietária do projeto, Eolos Energía, a subsidiária local da EDP Renováveis (EDPR).

ATRASOS E POSSÍVEL VENDA

Em dezembro, a EDPR anunciou planos para vender os parques eólicos Alpha e Beta, afirmando que os projetos haviam se tornado inviáveis devido a obstáculos regulatórios, políticos e econômicos.

A empresa estimou que as perdas potenciais associadas aos empreendimentos poderiam chegar a € 700 milhões, incluindo perdas totais e € 200 milhões relacionados a garantias e passivos.

Na época, o porta-voz da EDPR, Duarte Bello, disse que a empresa estava avaliando opções para os projetos que "permitissem a eventual construção por terceiros".

A EDPR recebeu licenças ambientais para Alpha e Beta em agosto de 2019, com a expectativa de gerar 2,5 TWh/ano. Dois meses depois, garantiu contratos de compra de energia de 15 anos para 1,7 TWh/ano dos projetos em um leilão público.

A empresa posteriormente comprou 90 turbinas Vestas e equipamentos auxiliares para cumprir suas obrigações sob o PPA. Estes representam uma parte importante do investimento e das responsabilidades da EDP relacionadas aos projetos, de acordo com o grupo português.

A EDPR explicou anteriormente que a COVID-19 causou "atrasos significativos" no processo de licenciamento ambiental para a linha de interconexão necessária.

Uma mudança de governo em 2022 levou a ajustes regulatórios que impactaram ainda mais o cronograma dos projetos, afirmou em dezembro.