Colômbia concederá contrato de PPP ferroviária de mais de US$ 800 mi em dezembro

A agência colombiana de infraestrutura (ANI) receberá até 14 de novembro propostas para a modernização da ferrovia de carga La Dorada-Chiriguaná, um projeto avaliado em 3,4 trilhões de pesos (US$ 838 milhões) que será concedido em dezembro.

O capex está estimado em 2,6 trilhões de pesos e o restante será opex.

“Este projeto é uma realidade, não há como voltar atrás. O edital já foi publicado. O contrato deve ser concedido em dezembro”, disse a vice-presidente de estruturação da ANI, Katherin Sandoval, durante o evento em que foi feito o anúncio.

O corredor será o primeiro projeto ferroviário a ser contratado na modalidade de parceria público-privada (PPP).

O edital com as especificações finais foi publicado no dia 26 de julho no portal do sistema de contratações públicas Secop.

O projeto abrange 526 km, dos quais 522 km vão de La Dorada, no departamento de Caldas, até Chiriguaná, em Cesar. Além disso, inclui um ramal de 4 km em Gamarra.

Estima-se que a pré-construção levará 15 meses, e a construção, 49 meses. A operação deverá durar 50 meses e a devolução ao Estado está estimada em 6 meses.

La Dorada-Chiriguaná é considerada a espinha dorsal do plano de reativação ferroviária da Colômbia, pois constitui um elo estratégico de ligação entre o interior do país e a região do Caribe, através dos departamentos de Caldas, Antioquia, Santander e Cesar.

Segundo estimativas da ANI, o corredor ferroviário reduzirá os custos de transporte em cerca de 20% e oferecerá intermodalidade com estradas e outras ferrovias.

A linha transporta principalmente materiais de construção, como cimento e aço, e matérias-primas para a fabricação de cerâmica e papel, além de café, cacau, fertilizantes e produtos alimentícios.

No ano passado, o corredor ferroviário transportou 182.810 toneladas, em comparação com 89.336 toneladas em 2022.

AS OBRAS

A concessão de 10 anos incluirá todas as atividades necessárias para financiamento, gestão patrimonial, gestão social e ambiental, elaboração de estudos detalhados, construção, reabilitação, melhorias, operação e manutenção do corredor com seus respectivos ramais, entre outros aspectos.

O contrato contempla, ainda, o reforço de 22 pontes e a manutenção de 76 unidades, bem como 1.480 obras hídricas.

Também está prevista a construção de um centro de transferência de cargas, um prédio administrativo, um centro de controle de operações, oficinas para reparos complexos em Barranca Bermeja e uma oficina para pequenos ajustes em Chiriguaná, além de reparos em 28 estações.

Outro trabalho previsto é a troca de 200 km de trilhos, de 75 libras por jarda para 115 libras por jarda, o que, segundo Sandoval, garantiria a possibilidade de alcançar uma bitola mais eficiente posteriormente.

O material rodante projetado inclui quatro locomotivas e uma unidade adicional opcional como fator de qualidade, 93 plataformas com capacidade de carga anual estimada em 2,8 milhões de toneladas e 69 vagões.

Entre as obras de infraestrutura social, o projeto prevê a construção de uma ponte veicular e para pedestres sobre o rio Soganoso e a realocação de duas instituições de ensino.