Colômbia deve agir para evitar escassez iminente de gás, alerta indústria

A Associação Colombiana de Gás Natural (Naturgas) solicita ações imediatas para assegurar o abastecimento, temendo uma escassez iminente.

De acordo com os dados publicados pela administradora do mercado de gás natural BMC, a Colômbia enfrenta um déficit de 76,5 BBTU/d (bilhões de unidades térmicas britânicas por dia) em 2025 e 189,5 BBTU/d em 2026.

“A oferta de gás local para venda firme não será suficiente para cobrir a demanda de gás natural no país no curto e médio prazo”, disse a presidente da Naturgas, Luz Stella Murgas, em um comunicado divulgado nesta quarta-feira (24).

A Naturgas destacou a necessidade de medidas políticas e regulatórias urgentes com foco no aumento do fornecimento doméstico e na intensificação das importações.

Suas recomendações incluem maior flexibilidade contratual, aprovação de investimentos para a expansão do gasoduto Barranquilla-Ballena e revisão das regras de comercialização.

Além disso, a entidade pediu ao governo que adote medidas para promover o investimento na exploração e produção, ao mesmo tempo em que incentivem sinergias com projetos de transição energética.

“A diminuição [da disponibilidade] reafirma a necessidade de priorizar as decisões de políticas públicas e regulatórias destinadas para o aumento do fornecimento local de gás e a habilitação de todas as fontes externas”, afirmou Murgas.

“Insistimos... que a venda de gás sob as regras existentes, em um cenário de mercado apertado como o atual, poderia levar a preços mais elevados.”

Em maio, a Agência Nacional de Hidrocarbonetos (ANH) informoue que a vida útil das reservas de gás natural da Colômbia havia caído para 6,1 anos, abaixo dos 7,2 anos de 12 meses antes.

De acordo com a Unidade de Mineração e Planejamento Energético (UPME) do Ministério da Energia, a Colômbia poderá enfrentar um déficit de gás natural já em 2027, a menos que novas fontes de combustível fóssil sejam asseguradas.

Em seu último plano de fornecimento de gás para 15 anos, a UPME alertou que a Colômbia precisava aumentar sua capacidade de importação de gás natural em até 680 MMf³/d (milhões de pés cúbicos por dia) no prazo de seis anos para evitar uma potencial escassez do combustível fóssil.

A UPME indicou que o fornecimento adicional poderia vir por meio de uma expansão do terminal de regaseificação SPEC em Cartagena, de uma nova infraestrutura de importação de GNL na costa atlântica, de importações via gasoduto da Venezuela e do projeto de GNL do Pacífico, que já está em discussão há algum tempo.