Colômbia enfrenta cortes de energia ‘iminentes’

Partes da Colômbia lidam com cortes de energia iminentes, em meio a uma crise de liquidez cada vez mais profunda em todo o setor, alertou um órgão regulador do governo nesta segunda-feira (2).

Em nota, o controlador-geral Carlos Rodríguez afirmou que os fornecedores de energia elétrica sofreram uma série de reveses econômicos, incluindo atrasos no pagamento de subsídios governamentais.

“A Controladoria-Geral pede ao governo […] que tome as medidas que considerar adequadas para evitar o impacto na prestação de serviços públicos de eletricidade”, disse Rodríguez.

Ele acrescentou que cerca de um quinto da população da Colômbia pode ser afetada, principalmente na região do Caribe e nos departamentos de Nariño, Chocó e Vichada.

“Esta situação pode levar a um risco iminente de racionamento e até mesmo à interrupção do fornecimento para mais de 10 milhões de pessoas”.

Além dos subsídios não pagos que foram prometidos no orçamento colombiano, Rodríguez comentou que as partes interessadas foram impactadas por um déficit resultante de um programa opcional de subsídio de tarifas e pela falha das operadoras de rede em cumprir as obrigações no mercado de energia por atacado.

Ele também alertou que os órgãos governamentais enfrentariam ações disciplinares por parte dos órgãos nacionais de supervisão se não cumprissem os compromissos orçamentários com os serviços públicos.

Em julho, a Ascodis, associação colombiana de distribuidores de energia, disse que os subsídios não pagos totalizaram 500 bilhões de pesos (US$ 120 mi), enquanto o déficit associado ao programa de tarifas opcionais ultrapassou US$ 1,1 bilhão.

Um relatório publicado no final do ano passado pela XM, entidade operadora de rede e coordenadora do mercado de energia por atacado, alertou que 36 distribuidores e varejistas corriam risco de colapso financeiro.

Até o fechamento desta reportagem, o governo não havia respondido à declaração do controlador-geral.