Colômbia enfrentará escassez de gás até dezembro, alerta associação da indústria

A Colômbia enfrentará um déficit de gás natural dentro de dois meses, em meio a temores de aumentos de preços e possível escassez, alertou a associação da indústria Naturgas nesta terça-feira (8).

Em entrevista coletiva conjunta com outras associações do setor de gás, a presidente da Naturgas, Luz Stella Murgas, pediu ações urgentes para garantir o fornecimento no curto e médio prazo.

“Em 1º de dezembro, quando os contratos de compra e venda de gás expiram, o déficit de gás natural começará a se materializar”, disse ela. “Precisamos ter todas as regulamentações em vigor que nos permitam ter gás importado para evitar o racionamento na Colômbia”, acrescentou.

Para tanto, Murgas pediu maior flexibilidade nas regras de importação e comercialização de gás, visando garantir o fornecimento de serviços e indústrias essenciais.

Ela também pediu ao governo que revise o sistema de tarifas para gasodutos e priorize novos projetos de exploração onshore e offshore.

“O setor faz um apelo urgente ao governo colombiano para que sejam adotadas soluções conjuntas e imediatas que evitem a interrupção desses serviços públicos e/ou mitiguem os aumentos de tarifas em alguns mercados”, pediu Murgas.

Dados publicados pela BMC, entidade que administra o mercado colombiano de gás, mostram que a Colômbia terá um déficit de gás natural de 76,5 BBTU/d (bilhões de unidades térmicas britânicas por dia) em 2025 e 190 BBTU/d em 2026.

A situação foi agravada por um declínio acentuado nas reservas de gás, que caíram para 2,37 Tf³ (trilhões de pés cúbicos) no final de 2023, ante 2,82 Tf³ no ano anterior, de acordo com números oficiais.