Colômbia revela roteiro de energia eólica offshore e visa 9 GW de capacidade

A Colômbia pode ostentar 9 GW de capacidade de energia eólica offshore até 2050, capitalizando o “enorme potencial” da costa caribenha do país, de acordo com um roteiro proposto para o setor nascente.

A previsão de longo prazo faz parte de um cenário de melhor caso que também prevê 1 GW de capacidade até 2030 e 3 GW até 2040.

No entanto, essas metas só podem ser alcançadas se a Colômbia implementar um regime de compras específico para tecnologia dedicada e fizer atualizações adicionais de transmissão que atualmente não estão sendo consideradas, diz o documento preliminar.

“Para atingir os volumes significativos no período 2030-40, e especialmente no período 2040-50, um programa significativo precisará ser realizado para construir a capacidade de transmissão necessária”, acrescenta.

Uma versão preliminar do projeto industrial de 230 páginas, de autoria da empresa Renewables Consulting Group (RCG), com sede em Londres, foi lançada para consulta pública pelo Ministério de Minas e Energia da Colômbia.

Em um “cenário menos favorável” que pressupõe o desenvolvimento sem uma estratégia e um programa de aquisição voltados para o futuro, a capacidade provavelmente atingiria 200 MW em 2030, 500 MW em 2040 e 1,5 GW em 2050, conforme o RCG.

O relatório descreve 33 recomendações destinadas a construir o novo mercado e mitigar riscos.

Eles cobrem os seguintes temas: metas de volume; disposições para arrendamento, consentimentos e permissões; planejamento de conexão à rede; infraestrutura portuária; desenvolvimento da cadeia de suprimentos; financiamento; offtake e receita; saúde, segurança e educação; e implementação técnica.

A RCG disse que identificou 12.500 km² para potencial desenvolvimento de parques eólicos offshore na Colômbia, com capacidade cruzada de 50 GW. A cifra contempla 27,2 GW de potencial de fundo fixo e 21,6 GW de capacidade flutuante.

O relatório não forneceu previsões específicas de investimento, mas disse que o financiamento para projetos iniciais provavelmente viria de uma combinação de bancos locais e internacionais.

“Para o financiamento da dívida, os bancos locais podem fornecer conhecimento local e gerenciar os fluxos de caixa na moeda local”, afirmou. “Os bancos internacionais, por outro lado, fornecem conhecimento de projetos eólicos offshore, oferecem mitigação de risco e empréstimos a taxas favoráveis.”

Mas alertou que a bancabilidade das iniciativas eólicas offshore dependeria do histórico dos desenvolvedores, do cenário político e regulatório, do gerenciamento de riscos e do alinhamento dos projetos com os padrões e melhores práticas internacionais, entre outros fatores.

O relatório pode ser visto aqui, em espanhol e inglês, e está disponível para comentários do público até 25 de fevereiro.