Colômbia viabiliza contratos semanais e diários de gás em meio a temores de déficit

O regulador do setor energético da Colômbia, Creg, propôs uma maior flexibilidade para contratos de gás no atacado, em resposta às preocupações com uma escassez iminente.

Em uma resolução preliminar, a entidade levantou a possibilidade de contratos semanais para fornecimento firme, abaixo do mínimo atual de um mês.

Contratos diários seriam permitidos nos fins de semana e feriados.

“É necessário adotar medidas de implementação de curto prazo que busquem facilitar uma maior oferta de suprimento dos vendedores do mercado primário e atender às necessidades imediatas da demanda”, disse Creg no documento.

Além disso, as mudanças seriam particularmente benéficas para geradores de energia termelétrica, cuja demanda por gás pode oscilar rapidamente e de forma inesperada.

O Creg destacou que as alterações também simplificariam os termos para negociações diretas entre vendedores e compradores de gás nacional e importado, garantindo preços mais previsíveis e limitando riscos para os compradores. 

“A menor duração dos contratos e os prazos de entrega mais curtos buscam incentivar compras de gás importado com um preço de venda que não exija indexadores que transfiram um risco maior aos compradores do mercado primário”, acrescentou o regulador.

De acordo com o grupo do setor Naturgas, a Colômbia enfrentará uma escassez de gás natural já em dezembro, o que pode levar a aumentos de preços e racionamento. 

Dados publicados pelo administrador do mercado de gás natural, BMC, mostram que o país terá um déficit de gás natural de 76,5 BBTU/d (bilhões de unidades térmicas britânicas por dia) em 2025 e 190 BBTU/d em 2026.

A situação foi agravada por uma queda acentuada nas reservas de gás, que caíram para 2,37 Tcf (trilhões de pés cúbicos) no final de 2023, em comparação com 2,82 Tcf um ano antes, de acordo com as cifras oficiais.