Com licenças mexicanas mais longas e ‘superpeso’, Fresnillo aposta em proatividade

A mineradora mexicana de prata e ouro Fresnillo foi forçada a continuar operando em um ambiente desafiador no ano passado, sendo afetada por processos de licenciamento mais demorados e pelo peso valorizado, de acordo com o CEO Alejandro Baillères.

“Estamos abordando proativamente essas dificuldades. Trabalhamos com nossos fornecedores para mitigar os efeitos da inflação e do peso forte, identificando oportunidades para melhorar a logística da cadeia de suprimentos, reduzir custos e acelerar entregas de equipamentos essenciais”, disse o executivo em comunicado apresentado em reunião anual realizada nesta semana.

“Temos um longo histórico de operação bem-sucedida no México, com diferentes governos e mudanças nas regulamentações, e estamos comprometidos em continuar fazendo isso”, acrescentou Baillères.

Ele explicou que estes desafios sublinham o valor das estreitas relações de trabalho que a mineradora estabeleceu com todas as suas partes interessadas ao longo de muitos anos para enfrentar desafios operacionais de curto prazo e construir um futuro sustentável que proporcionará benefícios a longo prazo para todos.

Por meio de iniciativas como uma maior automatização, Baillères explicou que a Fresnillo trabalha em estreita colaboração com os trabalhadores e os sindicatos para aumentar a produtividade e apoiar os seus esforços para enfrentar as pressões inflacionistas. “Enquanto isso, maximizar o potencial de todas as nossas operações existentes é fundamental para mitigar o impacto do processo de licenciamento mais demorado”, ressaltou.

A Fresnillo informou em seu relatório de resultados financeiros de 2023 que está avançando nos projetos de exploração Orisyvo, Tajitos, Rodeo e Guanajuato, todos no México, após iniciar a produção comercial em sua joint venture com a MAG Silver denominada Juanicipio e as operações de sua planta de piritas em 2023.

Ainda de acordo com o CEO, a produção de prata de Fresnillo aumentou no ano passado, ainda que ligeiramente abaixo das expectativas iniciais. Já a produção de ouro esteve em linha com a orientação, embora tenha diminuído ligeiramente em relação ao ano passado, à medida que a mina Noche Buena se aproxima do fim da sua vida útil.

No primeiro trimestre de 2024, a produção de prata atribuível de 13,5 Moz (milhões de onças) diminuiu 4,6% no interanual devido ao menor teor de minério e, em menor grau, à redução do volume de minério processado em San Julián, além de menores teores de minério em Saucito e Fresnillo, o que foi mitigado pelo maior teor do minério de San Julián.

Segundo a empresa, a produção trimestral de ouro atribuível foi de 141 mil onças no primeiro trimestre de 2024, uma queda interanual de 7,7%, impulsionada principalmente pelo menor teor de minério em Herradura, em linha com o plano de mina e o plano de fechamento da mina em Noche Buena, mas parcialmente mitigado pelo teor de minério mais alto em Saucito.

“2024 começou conforme esperado e nossa orientação para o ano inteiro permanece inalterada”, acrescentou Baillères.

Espera-se que a produção de prata atribuível de Fresnillo esteja na faixa de 55 a 62 Moz em 2024, enquanto a produção de ouro atribuível estaria na faixa de 580 mil a 630 mil onças.