Com paralisação em mina mexicana, produção de prata registra queda em 2023

A produção global de minas de prata caiu 1%, ficando em 830,5 Moz (milhões de onças) em 2023, principalmente devido a um desempenho mais fraco no México, de acordo com a World Silver Survey 2024, divulgada pelo The Silver Institute.

“A produção foi significativamente afetada pela suspensão de quatro meses das operações na mina Peñasquito, da Newmont, no México, após uma greve trabalhista. A produção de prata do México caiu 5%, para 202,2 Moz”, segundo a pesquisa.

“Além disso, teores mais baixos de minério e alguns fechamentos de minas impactaram negativamente a produção na Argentina, que sofreu uma queda de 4,9 Moz na produção, na Austrália com –3,1Moz e na Rússia com –1,4Moz”, acrescenta o texto.

No entanto, estas perdas foram um pouco atenuadas pelo aumento da oferta do Chile em 10,1 Moz e da Bolívia, com +3,8 Moz.

No ano passado, o México foi o principal país minerador de prata, seguido por China, Peru, Chile e Bolívia, segundo o Silver Institute.

“A reciclagem de prata, que representou 18% da oferta total no ano passado, cresceu 1%, para 178,6 Moz. Assim como em 2022, o setor industrial foi o principal impulsionador dos volumes, o que, por sua vez, se deveu ao crescimento na reciclagem de catalisadores de EO [óxido de etileno].”

O Silver Institute espera que este ano seja sólido para a demanda total de prata, a qual deverá crescer 2%. “A fabricação industrial deve registrar outro recorde, subindo 9%, impulsionada por um ganho previsto de 20% no mercado fotovoltaico e pela saudável compra de outros segmentos industriais. Prevê-se que a fabricação de joias e talheres aumente 4% e 7%, respectivamente, enquanto a demanda por barras e moedas deverá contrair 13%.”

Em 2023, a demanda total por prata diminuiu 7%, para 1.195 Moz, porém em 2022 foi registrado um recorde.

“Os setores de investimento físico, joias e prataria, sensíveis aos preços, contribuíram principalmente para a queda do ano passado. Em nítido contraste, a demanda industrial atingiu outro recorde, liderada pelo setor elétrico e eletrônico, que cresceu 20% – para 445,1 Moz – no ano passado”, acrescentou a entidade. “Este ganho reflete o uso essencial e crescente da prata em energia fotovoltaica [fotovoltaica], que registrou um novo máximo de 193,5 Moz no ano passado, aumentando 64% em relação às 118,1 Moz de 2022”.

Perspectivas para 2024

O Silver Institute espera que a oferta total de prata caia 1%. “Como resultado, este ano, veremos também outro grande déficit de prata, chegando a uma projeção de 215,3 Moz, o segundo maior déficit de mercado em mais de 20 anos.”

Segundo a pesquisa, a prata tem novas oportunidades de demanda para além das suas aplicações tradicionais e do papel crescente na transição energética. Por exemplo, o metal será indispensável à medida que a inteligência artificial (IA) aumentar.

De acordo com o instituto, os usos finais que deverão incorporar a prata na IA incluem transporte, nanotecnologia, biotecnologia, saúde, tecnologias vestíveis, computação e energia em datacenters.

Por fim, o preço médio da prata cresceu 7% em 2023 e, em 12 de abril, já tinha subido 30% desde o início do ano. Como resultado, a razão de preços ouro/prata caiu abaixo de 82:1, seu nível mais baixo desde o início de dezembro de 2023.

O Silver Institute publica um relatório anual sobre o mercado global de prata desde 1990. A Metals Focus, consultoria britânica independente de metais preciosos, pesquisou e produziu de forma independente a 34ª edição do World Silver Survey para o Silver Institute.