Combate à corrupção financiará infraestrutura de saúde, dizem candidatos presidenciais da Guatemala

Enquanto a Guatemala se prepara para ir às urnas para eleger um novo presidente em 25 de junho, alguns dos candidatos menos conhecidos estão encerrando suas campanhas com promessas de construir infraestrutura e atualizar o sistema de saúde do país, segundo a mídia local.

Manuel Villacorta, candidato do partido de centro-esquerda VOS, disse que, se eleito, pretende construir diversos novos hospitais – um por departamento. As obras serão financiadas com o dinheiro obtido na luta contra a corrupção, explicou ele ao Prensa Libre.

“Acreditamos que teremos aproximadamente 8 bilhões de quetzales (US$ 1 bilhão) por ano”, calculou, acrescentando que o combate à evasão fiscal disponibilizaria outros 20 bilhões de quetzales.

Giovanni Reyes, representando o partido de direita Bien, disse que reformaria a infraestrutura de saúde e também construiria vários novos hospitais.

Com seu plano, o governo obteria 52 bilhões de quetzales por ano, mas o candidato não deu detalhes de como esse dinheiro seria arrecadado, segundo o Prensa Libre.

O candidato presidencial do partido de direita Viva, Armando Castillo, anunciou que, se sair vitorioso, construirá sete hospitais para que o país conte com uma unidade a cada 20.000 habitantes. Ele prometeu ter quatro instalações concluídas e em funcionamento até o final de seu mandato. Os recursos, segundo ele, também virão do combate à corrupção e de uma revisão profunda dos recursos canalizados para programas que não beneficiam a população em geral.

“Há fundos [nos cofres do Estado], fundos que não serão desperdiçados com a corrupção”, disse ele ao jornal.

Francisco Arredondo, candidato do partido de centro-direita Creo, contou que sua equipe está fazendo um levantamento das necessidades nacionais de saúde, em geral localizadas nos serviços primários e municipais. No entanto, ele não considera necessária a construção de novos hospitais.

“O problema atual dos hospitais é que estão superlotados porque o primeiro nível de atenção médica primária não atende à demanda e as pessoas vão direto para o hospital, o que gera congestionamento”, afirmou ao Prensa Libre. “À medida que aumentarmos a atenção primária em 90-95%, essa demanda será imediatamente reduzida”, acrescentou.

Assim como outros candidatos, Arredondo declarou que os recursos para melhorar os serviços de atenção primária à saúde virão principalmente do combate à corrupção.

Foto: Hospital San Juan de Dios, na Cidade da Guatemala. Fonte: AFP