Como a Argentina pode liberar seu potencial de GNL e hidrogênio verde
A Argentina tem um enorme potencial para a exportação de GNL e hidrogênio de baixa emissão – e, para liberá-lo, será preciso mais do que somente legislação, disse um advogado local do setor de energia à BNamericas.
O país, onde o desenvolvimento do setor energético tende a receber apoio bipartidário devido à sua importância econômica, possui grandes quantidades de gás natural e recursos renováveis abundantes, um requisito fundamental para a fabricação de hidrogênio verde e seus derivados.
Regulamentações sob medida que ajudam a facilitar o acesso ao financiamento e estabelecem mecanismos rígidos de garantia para o investidor, além de um roteiro federal de desenvolvimento, especialmente no caso do hidrogênio, e contratos de longo prazo, estão entre as peças que precisarão ser encaixadas nesse quebra-cabeça.
Áreas como transporte, armazenamento e, no caso do hidrogênio, certificação também precisariam ser abordadas.
“A Argentina tem uma riqueza de recursos para se tornar uma força exportadora bem rapidamente, começando com o GNL e depois com o hidrogênio azul e verde”, apontou Francisco J. Romano, sócio do escritório de advocacia Pérez Alati, Grondona, Benites & Arntsen e codiretor do Instituto de Energia da Universidade Austral.
“Mas, para que isso aconteça, não são necessárias apenas leis. Precisamos de um roteiro para determinar para onde estamos indo, benefícios sob medida que permitam que as empresas enfrentem o alto custo de financiamento desses projetos e contratos de longo prazo, porque sem compradores não há projetos. A demanda é o rei”, disse ele à BNamericas.
Representantes do governo afirmaram que projetos de lei relacionados a GNL e hidrogênio estão sendo elaboradas para estimular o desenvolvimento do setor. Os textos poderiam ser apresentados neste semestre, mas dificilmente seriam aprovados antes das eleições presidenciais de outubro.
Romano também é diretor-geral da Association of International Energy Negotiators (AIEN), com sede em Houston, antes conhecida como AIPN. Ele participa do comitê da AIEN trabalhando em modelos de contratos de offtake de hidrogênio e já elaborou propostas para compras de GNL. Contratos de longo prazo baseados em modelos internacionais sem interferência do governo são fundamentais para o desenvolvimento desses mercados, destacou Romano.
Enquanto isso, a Argentina já tentou estabelecer um roteiro geral para o setor energético algumas vezes, mas nenhum documento definitivo foi publicado.
“Já tivemos alguns projetos de lei, textos preliminares, mas a estratégia não é muito clara e, se a estratégia não for clara, uma eventual lei teria alguma coisa faltando, por assim dizer – essas duas coisas precisam andar de mãos dadas”, explicou Romano.
O profissional foi palestrante ao lado dos especialistas em energia Roberto Carnicer e Gonzalo Cabrera em um seminário sobre energia organizado pelo instituto na semana passada. Na ocasião, também destacou a importância de medidas como incentivos fiscais para o hidrogênio produzido com tecnologia de captura de carbono semelhantes aos dos EUA.
Vários projetos de GNL e hidrogênio verde foram anunciados publicamente, visando as províncias de Buenos Aires, Rio Negro e Terra do Fogo. Os projetos estão nos estágios iniciais, mas um desenvolvedor – a transportadora de gás TGS, que está planejando uma planta modular de GNL – afirma que seus engenheiros estão realizando estudos de viabilidade econômica.
A estabilidade do navio macroeconômico, a liberdade de repatriar lucros e a reconstrução da confiança depois que o país interrompeu as exportações de gás contratadas para o Chile em meio a problemas domésticos em 2007 também são vistas como vitais para a obtenção de investimentos entrando no país.
A Argentina está trabalhando para restaurar a confiança entre os compradores de gás. Recentemente, Buenos Aires autorizou empresas a assumirem compromissos de exportação firme de gás para o Chile durante os meses em que apenas contratos de fornecimento intermitentes eram autorizados.
“Para ter confiança, é preciso não só ter liberdade cambial, mas também garantias sobre o fornecimento em longo prazo sem redução”, apontou Romano.
As geradoras chilenas Enel Generación, GM Holdings e Colbún estão entre as que normalmente compram gás argentino.
A Argentina está trabalhando para garantir compradores para a produção excedente durante os meses mais quentes, quando a demanda doméstica cai. O apetite dos produtores também está sendo aguçado pelos preços obtidos pelo gás exportado – normalmente mais altos do que os obtidos no programa de incentivo à produção de gás local Plan Gas.
Os perfuradores na formação não convencional de Vaca Muerta estão estimulando o crescimento. Em todo o país, a produção de gás foi de 130 MMm³/d (milhões de metros cúbicos por dia) em fevereiro, um aumento de 2% em relação ao ano anterior, de acordo com dados do Instituto de Energia General Mosconi. Gás de xisto e tight representaram 71,7 MMm³/d, uma taxa de produção 8,8% maior do que no ano anterior.
TRABALHANDO COM VIZINHOS
Por ser rica em recursos energéticos e contar com baixa demanda doméstica de energia – em comparação com os EUA e a Europa – e terras abundantes para projetos de construção, a América Latina é vista como bem posicionada para aproveitar a onda de transição energética como fornecedora de GNL e hidrogênio de baixa emissão e seus derivados para a Europa e a Ásia.
Romano destacou a importância da colaboração entre a Argentina e seus vizinhos.
“Não se vê isso nos projetos de lei que estão circulando, mas é preciso lembrar que a Argentina faz parte de uma região com Brasil, Chile, Uruguai e Paraguai”, ressaltou Romano na conferência de sexta-feira.
“Que papel queremos desempenhar? Queremos competir? Eu diria que não. O que queremos é posicionar o Cone Sul como um fornecedor global relevante e encontrar uma agenda regional conjunta em que haja complementaridade.”
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