
Como a chilena Enap planeja gastar US$ 3,5 bilhões entre 2023 e 2027

A petrolífera estatal chilena Enap planeja gastar US$ 3,5 bilhões até 2027, recursos direcionados principalmente para hidrocarbonetos, mas também para hidrogênio verde.
A Enap contará com a experiência e o apoio de empresas privadas, sobretudo empresas estrangeiras especializadas, disseram representantes da companhia a fornecedores durante uma apresentação da estratégia nesta quinta-feira (22).
A Enap destinou US$ 988 milhões para trabalhos de manutenção e revisão de refinarias e do segmento de midstream, enquanto US$ 1,41 bilhão vai para gastos de upstream e US$ 109 milhões para o desenvolvimento de novos combustíveis, conversão de refinarias e trabalhos logísticos associados. Tanto o conselho da empresa quanto os acionistas aprovaram o plano.
“Somos o único player desse setor no país. Por isso, as necessidades que temos em termos de boas práticas, tendências, tecnologia – no fundo, novas formas de fazer as coisas – só vêm de fora do país”, disse o gerente corporativo de desenvolvimento e planejamento estratégico da Enap, Nicolás Correa.
Edmundo Piraino, gerente de desenvolvimento de projetos de refinaria da Enap, concorda. Segundo Piraino, trabalhar com o setor privado é fundamental para aumentar o conhecimento interno e incorporar novas tecnologias às instalações.
Única refinaria do Chile, a Enap possui três plantas com capacidade combinada de processamento de óleo cru de 224.000 b/d. A empresa também atua nos segmentos de transporte e armazenamento de hidrocarbonetos, com ativos de upstream – juntamente com infraestrutura de transporte e processamento de apoio – na região de Magalhães.
Em termos de trabalhos de refinaria no plano para o período de 2023 a 2027, Piraino destacou que mais de 450 projetos foram previstos em esferas como descarbonização, abastecimento e segurança de instalações, gestão hídrica e controle de emissões. A demanda por gasolina está crescendo, disseram aos fornecedores. A produção da Enap cobre 95% da demanda nacional pelo combustível.
Para o relacionamento com os fornecedores, a Enap planeja uma série de workshops em todo o país, inclusive em Magalhães, no próximo trimestre.
A Enap viu seu lucro líquido quadruplicar, chegando a US$ 575 milhões em 2022, com as vendas subindo para US$ 12,3 bilhões, de US$ 7,66 bilhões em 2021, impulsionadas na maior parte por um aumento de 40% no preço do ICE Brent. A dívida financeira total ficou em US$ 4,45 bilhões em dezembro.
INTEGRIDADE OPERACIONAL: US$ 988 milhões
O plano da Enap nesta área inclui obras de manutenção de refinarias, tanques, dutos e terminais marítimos, bem como a renovação de equipamentos críticos.
No setor de armazenamento e transporte, a Enap opera oito plantas de armazenamento, cinco terminais marítimos e sete pátios de carregamento. A empresa também conta com 10 navios para operações de cabotagem e transporta produtos refinados por meio de dois dutos. Parte da produção excedente é exportada por via marítima. A Enap também tem alguns dutos e poços offshore não utilizados.
ENAP SIPETROL: US$ 826 milhões
A unidade Enap Sipetrol planeja continuar perfurando ativos no Equador e no Egito, onde estão previstos 72 e 19 poços, respectivamente. Na Argentina, a empresa planeja projetos de recuperação secundária e terciária.
Correa (foto) sugeriu que a Enap pode expandir sua presença internacional. Os recursos, segundo ele, foram destinados “para que novas alianças produzam, se possível, em outros países”.
Na Argentina, onde a Enap tem parceria com a estatal YPF, a empresa produz cerca de 3.100 b/d de óleo e 1,24 MMm³/d (milhões de metros cúbicos por dia) de gás. No Equador, a produção é de 24.800 b/d de petróleo, enquanto no Egito a produção, em parceria com a Kuwait Energy, é de 5.600 b/d de óleo.
ENAP MAGALHÃES: US$ 580 milhões
O desembolso previsto para as obras domésticas de upstream visa aumentar a produção e incorporar novas tecnologias.
No Chile, a Enap produz hidrocarbonetos, principalmente gás de recursos não convencionais, em Magalhães. A produção de gás não convencional dos blocos Dorado Riquelme e Arenal, que entraram em operação por volta de 2013, quase reverteu um declínio na produção convencional.
De acordo com o plano de gastos, a maior parte é destinada à produção de gás.
A Enap alocou US$ 140 milhões para a expansão da produção em Dorado Riquelme, lar do depósito Cahuil, e US$ 342 milhões para Arenal.
O trabalho de exploração envolvendo US$ 92 milhões visa o bloco Manzano. As autoridades estão avaliando um projeto de exploração de petróleo não convencional, possivelmente com um parceiro.
A Enap apresentou recentemente para avaliação ambiental um par de gasodutos.
Segundo o diretor da Enap em Magalhães, Rodrigo Bustamante, o principal desafio é reduzir os custos de produção ao longo da cadeia de valor, o que pode ser obtido por meio de cortes nos gastos com desenvolvimento e produção, obtendo eficiência de escala com maior produção ou inovação. Bustamante disse que um potencial comprador para absorver a produção adicional é a empresa local de metanol Methanex.
As operações de Magalhães produzem 3,4 MMm³/d de gás e 2.020 b/d de óleo e condensados.
No Chile, a empresa também firmou uma parceria com empresas de upstream do setor privado, nos chamados contratos CEOP.
O Chile importa parte do gás e petróleo da Argentina via dutos, a maior parte de outros lugares chega por navios.
PLANO AMBIENTAL: US$ 476 milhões
O investimento planejado se concentra no trabalho de redução de odores e emissões, bem como na gestão de água e outras áreas.
LOGÍSTICA DA CADEIA DE SUPRIMENTOS: US$ 213 milhões
A verba é destinada a aumentar o terminal de petróleo e a capacidade de armazenamento, disseram os representantes da empresa aos fornecedores.
As autoridades destinaram US$ 144 milhões para novos tanques de óleo cru e produtos refinados, bem como para a revisão dos ativos existentes. Entre outros planos, US$ 35 milhões serão reservados para estudos para um novo píer em seu complexo na região de Valparaíso e dragagem, e US$ 9 milhões para expansão da capacidade do duto de produtos refinados.
“Há muita necessidade de armazenamento”, apontou Correa.
OTIMIZAÇÃO: US$ 206 milhões
Os investimentos são direcionados para a eficiência energética, em especial por meio da incorporação de novas tecnologias nas refinarias e da desobstrução de gargalos na produção.
SEGURANÇA: US$ 155 milhões
O investimento engloba as áreas de segurança contra incêndio e vazamentos, além de controle de acessos e monitoramento.
NOVOS NEGÓCIOS: US$ 109 milhões
O investimento é voltado para pilotos de produção de combustível verde, infraestrutura associada e transformação digital.
Entre as áreas de gastos específicas estão estudos conceituais e básicos de engenharia.
Plantas de demonstração de hidrogênio verde da Enap também estão planejadas para as refinarias da empresa, com a primeira produção prevista para 2025 em Magalhães. Na região, com ventos abundantes, uma usina de 1-2 MW deve ser construída na refinaria de Gregorio, disseram as autoridades anteriormente. A usina utilizaria os ativos locais de geração de energia eólica da Enap.
De acordo com Correa, dada a incerteza atual sobre como será o desenvolvimento do setor em termos de novos combustíveis produzidos, a empresa deseja avaliar diversas tecnologias com o setor privado.
Ele apresentou quatro grandes áreas de possíveis produtos: combustíveis de aviação sustentáveis, hidrogênio verde para mistura e desenvolvimento de aplicações, hidrogênio azul e amônia azul. Cerca de 90% do hidrogênio produzido no Chile é utilizado pelas refinarias da Enap.
Em paralelo, a Enap pretende aproveitar e expandir a infraestrutura para ajudar a nutrir o segmento na região. “Temos um plano bastante ambicioso de como vamos enfrentar a onda de transição energética”, contou Correa. “É a infraestrutura da Enap que, no futuro, também vai mobilizar, no final das contas, novos combustíveis.”
Como parte do trabalho de hidrogênio verde e sob uma aliança estratégica, um projeto de logística no terminal marítimo Laredo, na região de Magalhães foi anunciado este ano. A licitação associada de construção e operação está para ser lançada.
Magalhães já abriga a pioneira planta de demonstração Haru Oni, da HIF Global, na qual a Enap está envolvida como parceira logística. Haru Oni aproveita a força do vento para produzir hidrogênio verde que, por sua vez, é usado para fabricar gasolina sintética. As autoridades planejam ampliar o projeto para, eventualmente, iniciar exportações em grande escala, provavelmente para a Europa.
No geral, as empresas estão considerando mais de 30 GW de capacidade de geração em Magalhães para alimentar complexos que produzem hidrogênio verde e derivados, principalmente
e-metanol e amônia verde.
Os planos da Enap incluem a avaliação do potencial eólico offshore e solar da região.
No geral, cerca de US$ 155 bilhões em investimentos em hidrogênio verde são projetados para o Chile entre 2025 e 2030, informou a agência de desenvolvimento estatal Corfo em entrevista coletiva esta semana. Cerca de US$ 45 bilhões têm como alvo Magalhães, em comparação com a região norte de Antofagasta, onde os projetos explorariam principalmente seus recursos solares de classe mundial.
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