
Como a Furukawa planeja expandir seus negócios na América Latina

A fabricante japonesa de cabos Furukawa, uma das maiores fornecedoras de fibra ótica do mundo, vê um novo cenário para suas operações na América Latina com mudanças na demanda por fibra, aumento da concorrência e novas tecnologias ópticas e esforços globais de branding, de acordo com um alto executivo da empresa.
Uma das principais mudanças na dinâmica do mercado está relacionada ao segmento de provedores de serviços de Internet (ISP), que está em processo de consolidação e com muitos ISPs menores comprando cabos mais baratos.
“Não vamos brigar por ‘commodity’, [por] produtos que todos fazem o mesmo. No mercado ISP, tínhamos 60-70% de participação de mercado em cabos. Hoje, isso caiu para 20% depois que muitos [ISPs] optaram por produtos mais baratos ou sem a mesma qualidade”, disse Foad Shaikhzadeh (na foto), CEO da Furukawa Electric LatAm, durante entrevista coletiva na cúpula da empresa para a América Latina em Atibaia, estado de São Paulo.
A Furukawa projeta um crescimento de receita de 10% a 15% para o atual ano fiscal na América Latina, segundo Shaikhzadeh.
No último ano fiscal, que vai de abril a março, a unidade da América Latina registrou um crescimento de 35% em moeda brasileira, passando a R$ 2,7 bilhões (US$ 502 mi).
A desaceleração deste ano se deve em parte à base de comparação mais alta, afirmou Shaikhzadeh. Do ponto de vista da demanda, o mercado de fibra ótica como um todo está passando por um ajuste após o boom das redes fixas de alta velocidade para trabalho remoto e educação causado pela Covid-19.
De acordo com alguns executivos de TIC, a pandemia acelerou uma demanda por banda larga fixa que só deveria acontecer em quatro ou cinco anos.
A expansão mais lenta da receita da Furukawa também se deve a vendas de fibra para ISPs abaixo do esperado, que foram parcialmente compensadas pelo crescimento em outros segmentos.
“Agora se fala em redes neutras. Todo mundo quer fornecer para essas empresas. Já somos o principal player”, disse Shaikhzadeh.
“Somos a divisão do grupo Furukawa que mais cresceu no setor de telecomunicações, globalmente. A missão que temos agora é levar as experiências daqui para outros países, além da América Latina”, acrescentou.
REPOSICIONAMENTO
A estratégia da empresa também contempla a unificação das marcas Furukawa Electric LatAm, OFS (subsidiária para América do Norte, Europa e África) e Furukawa Electric Japan, em uma nova unidade denominada Furukawa Solutions.
Essas operações não serão integradas, mas haverá uma nova identidade e marca global com base em uma única plataforma para facilitar a entrada no mercado e refletir melhor as sinergias dos produtos, de acordo com Shaikhzadeh.
A Furukawa possui quatro segmentos principais de negócios: comunicações, energia, setor automotivo e produtos especiais. Comunicações e automotivo são os principais segmentos, mas este último está muito mais focado no fornecimento de cabos exclusivamente para marcas de automóveis japonesas, como Toyota e Honda.
“Em outras palavras, a divisão verdadeiramente global do grupo são as soluções de comunicação. E esta divisão é a primeira a fazer o movimento para ter essa presença global com uma marca única de produtos no mercado”, afirmou Shaikhzadeh.
A unidade brasileira – um hub para as operações na América Latina, que completará 50 anos em 2023 – tem papel de destaque na estratégia global, segundo o executivo.
PLANTAS
O Brasil representa pouco mais da metade do faturamento da Furukawa na região e abriga quatro de suas nove plantas na América Latina.
As demais estão na Colômbia (2), Argentina (1), além de duas no México, que atendem ao mercado norte-americano.
Assim como outras empresas, a Furukawa continua sofrendo com problemas na cadeia de suprimentos devido à guerra na Ucrânia e interrupções causadas pela pandemia.
Hélio Durigan, vice-presidente de tecnologia e inovação da Furukawa Electric LatAm, disse que não vê melhora no curto prazo e até acredita que há risco de as coisas piorarem, devido ao aumento das tensões entre China e Taiwan.
Para compensar parcialmente os problemas de abastecimento, a Furukawa atuou em duas frentes: comprando materiais de outros fornecedores e, no caso da América Latina, uma estratégia de “nacionalização” com mais processos produtivos trazidos para suas principais fábricas na região.
Isso significa adicionar produtos e novas etapas ao processo de produção, disse Shaikhzadeh.
Em alguns países, aspectos regulatórios e tributários prejudicaram as operações de fabricação da empresa.
“Temos uma fábrica na Argentina que está sofrendo muito com a falta de liberação de importações [de produtos e componentes]. Durante um mês inteiro, nossa importação foi zerada. Ainda não sabemos se foi intencional, um erro técnico ou se foi algum controle que eles [quiseram exercer].”
Com as regras rígidas impostas pelo governo argentino para lidar com seus graves problemas cambiais e inflacionários, a Furukawa decidiu operar sua unidade ali apenas para produção local, sem nenhuma importação.
A meta para a divisão latino-americana é ter 35% das receitas provenientes de exportações e 65% de vendas regionais até 2025, segundo Shaikhzadeh. No último exercício, os números foram de 29% e 71%, respectivamente.
APOSTAS NA REGIÃO
Entre as principais apostas tecnológicas da empresa para a América Latina estão o crescimento na adoção de soluções pré-conectorizadas, redes de fibra com recursos de segurança e monitoramento, além de modelos as-a-service.
A Furukawa está apostando em um novo produto chamado InvisiLight, onde a fibra instalada em residências e escritórios é muito fina e pode dobrar até 90 graus para torná-la mais discreta e fácil de instalar.
Ela irá concorrer com um novo produto de fiber-to-the-room que a chinesa Huawei apresentou recentemente para o mercado brasileiro, e que já conta com a Oi como cliente.
A planta da Furukawa em Curitiba, juntamente com uma na Europa e outra na África, acaba de passar por uma expansão para produzir InvisiLight, explicou Shaikhzadeh.
“Nossa previsão é que a demanda [por fibra] quintuplicará”, concluiu ele.
Fonte da imagem: Furukawa
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