Como o Brasil intensificará seu foco em finanças sustentáveis

O governo brasileiro avançará com um plano para ESG focado na promoção de finanças sustentáveis, explicou à BNamericas Cristina Reis, subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Ministério da Fazenda. 

Como parte destes esforços, o governo emitirá títulos soberanos no exterior ligados à sustentabilidade e avançará com uma regulamentação do mercado de créditos de carbono, entre outras iniciativas.

“A nossa intenção é desenvolver mecanismos de desenvolvimento sustentável em questões relacionadas com as alterações climáticas, a redistribuição de rendimentos e a promoção da inclusão social”, afirmou Reis.

“Desde o início desta gestão, o ministro da Fazenda [Fernando Haddad] criou o arcabouço fiscal, a reforma tributária e o plano de transição ecológica como prioridades do plano econômico, retomando a agenda ambiental que havia se perdido no Brasil nos últimos anos”, acrescentou.

No segundo semestre, o governo planeia emitir os primeiros títulos ligados à sustentabilidade nos mercados internacionais.

Além disso, o governo vem acompanhando discussões no Congresso sobre a criação de uma regulamentação do mercado de créditos de carbono, sendo a iniciativa mais avançada um projeto de lei (PL) apresentado pela senadora Leila Barros (PDT-DF), o qual visa implementar um sistema de comercialização de gases de efeito estufa.

“Acompanhados pela criação de um mercado de créditos de carbono, provavelmente veremos o desenvolvimento de mecanismos sofisticados para combater o greenwashing, uma vez que a regulamentação do mercado tende a trazer fortes punições para tais práticas”, comentou Reis, que se recusou a fornecer uma estimativa de quando o Congresso poderá aprovar o PL do mercado de créditos de carbono.

O plano que o governo pretende implementar, além de atrair investimentos para a economia verde local, também poderá ajudar a desbloquear as negociações para um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, uma vez que os países europeus alegam que um dos obstáculos para um maior progresso é a incerteza em relação à proteção ambiental no Brasil e na América do Sul.