Como o El Niño impacta a demanda por gás na Colômbia

O fenômeno climático El Niño não só aumentou a procura de gás natural na Colômbia, mas também mudou quem o consome.

De acordo com dados da operadora colombiana do mercado de gás BMC, a demanda pelo combustível fóssil aumentou 8% sequencialmente em fevereiro, à medida que o El Niño desencadeou um maior consumo de usinas termelétricas de reserva.

Os volumes de gás entregues aos utilizadores finais através da rede nacional de gasodutos SNT saltaram para 1.082 BBTU/d (biliões de unidades térmicas britânicas por dia), ante 1.004 BBTU/d em janeiro.

O segmento termelétrico consumiu 330 BBTU/d, superando os 302 BBTU/d do mês anterior, em meio a uma seca contínua que reduziu a geração de energia hidrelétrica.

As indústrias foram os próximos maiores utilizadores, consumindo 279 BBTU/d em comparação com 255 BBTU/d em janeiro. O salto foi explicado, em parte, pelo retorno às atividades comerciais normais após a tradicional temporada de férias.

A demanda das famílias, entretanto, atingiram 182 BBTU/d, ante 167 BBTU/d anteriormente, enquanto as refinarias contrariaram a tendência usando 149 BBTU/d, valor inferior aos 152 BBTU/d anteriores.

Veículos a gás natural consumiram 60 BBTU/d, os varejistas 52 BBTU/d, as usinas petroquímicas 23 BBTU/d e os compressores 7 BBTU/d.

As termelétricas representaram 30,5% da demanda total, as indústrias 26%, as residências 17%, as refinarias 14%, os veículos a gás natural 6%, o varejo 5% e as petroquímicas 2,1%.

O departamento Atlântico, na costa norte do Caribe, foi o maior usuário, seguido por Bolívar, Bogotá, Santander e Valle del Cauca.

Enquanto isso, o volume de gás natural injetado em gasodutos subiu 6% sequencialmente para 1.203 BBTU/d, segundo a BMC.

O terminal de regaseificação Spec, em Cartagena – única instalação de importação de GNL da Colômbia –, entregou 221 BBTU/d aos usuários através do SNT em fevereiro, em comparação com 209 BBTU/d em janeiro.

Os preços do gás no mercado primário nas categorias firme, interruptível e CF95 – que juntas representavam 68% do total dos contratos – variaram entre US$ 4,89/MBTU (milhões de unidades térmicas britânicas) e US$ 6,55/MBTU. Isto em comparação com US$ 4,94/MBTU e US$ 5,75/MBTU em janeiro.

O número de contratos negociados no mercado secundário caiu para 328, ante 380 no mês anterior, segundo o relatório.

Os preços médios do mercado secundário, por sua vez, foram mais baixos na modalidade “opção de compra”, de US$ 6,82/MMBTU, e mais altos na categoria interrompível, de US$ 9,98/ MMBTU.

O último relatório do mercado de gás do BMC pode ser acessado aqui, em espanhol.