Como TIM e Ericsson estão construindo seus portfólios de IoT no Brasil

A operadora de telecomunicações TIM e a fornecedora sueca de telecomunicações Ericsson estão acelerando seus investimentos em redes privadas e projetos de IoT no Brasil, disseram executivos das duas empresas à BNamericas.

A TIM deve anunciar vários novos projetos, principalmente em iluminação pública/cidades inteligentes, que é um dos principais pilares dos investimentos B2B da empresa.

Atualmente, a TIM conecta mais de 100 mil sensores para serviços de iluminação inteligente em todo o Brasil, disse o diretor de soluções corporativas da empresa de telecomunicações, Paulo Humberto Gouvea, à BNamericas.

Em parceria com a M2M Telemetria e a Qualcomm, a TIM anunciou no mês passado um projeto de iluminação inteligente em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, com tecnologia 4G NB-IoT para a IPSul, concessionária responsável pela iluminação pública da cidade.

Ao todo, foram instaladas e acionadas mais de 22 mil luminárias inteligentes nas principais avenidas e ruas da cidade, abrangendo aproximadamente 20% de todos os seus pontos de iluminação.

As empresas afirmam que esta é uma das maiores iniciativas para este tipo de conectividade sem fio para iluminação inteligente na América Latina.

Em abril, a TIM anunciou uma nova parceria com a Engie para iluminação inteligente em Curitiba, capital do Paraná, somando-se a uma parceria semelhante à que a dupla já tem para Petrolina, em Pernambuco.

O projeto de Curitiba surgiu após a Engie assinar um contrato de parceria público-privada (PPP) com a prefeitura municipal para operação, manutenção e ampliação da infraestrutura de iluminação da cidade por 23 anos.

A parceria com a TIM abrange cerca de 45 mil pontos de gestão de iluminação inteligente distribuídos pela cidade.

Em Petrolina, cujo negócio foi anunciado em outubro passado, o contrato da TIM com a Engie compreende um projeto de IoT para operar 5 mil luzes inteligentes na cidade.

Segundo Gouvea, que falou à BNamericas durante o recente evento Painel Telebrasil Innovation, a TIM também conecta mais de 20 mil pontos de iluminação em Santa Luiza, Minas Gerais.

A empresa de telecomunicações mapeou ativamente PPPs para novas oportunidades de contrato, com ou sem seus parceiros, disse o executivo.

“Veja a Engie, por exemplo. Começamos com eles em um projeto menor. Agora fechamos um maior, com potencial para ficar ainda maior. Porque no plano estratégico deles, eles não vão se limitar a esses projetos”, disse Gouveia, sugerindo novas iniciativas com a Engie.

“Todas as PPPs que estamos analisando estão vinculadas a grandes grupos”, acrescentou.

Em novembro de 2021, a TIM anunciou um projeto de smart grid 5G para a Enel São Paulo.

Essa rede usa espectro atribuído temporariamente pelo regulador Anatel na banda de 3,5 GHz, no que foi supostamente o primeiro projeto de energia autônomo 5G na América Latina.

O projeto contou com antenas e equipamentos de rádio fornecidos pela Ericsson, chipsets e equipamentos de instalações de clientes de acesso sem fio fixo fornecidos pela Qualcomm, equipamentos sem fio externos e internos da empresa chinesa Fibocom e da empresa taiwanesa CBN e dispositivos móveis da Motorola, da Lenovo.

A Juganu, fabricante israelense de iluminação pública inteligente, agora tem seus equipamentos instalados em 250 postes de luz em 11 cidades brasileiras, incluindo Curitiba, disse o CEO da empresa no Brasil, Bruno Gemus, segundo o Mobile Time.

A meta da Juganu é chegar ao final do ano com 3 mil postes conectados.

Além de cidades inteligentes/iluminação pública, a estratégia B2B da TIM é focada em agronegócio, saúde, transporte, logística e mineração.

ERICSSON

A Ericsson relata ter mais de uma dezena de projetos relacionados a redes privadas e IoT no Brasil, disse Murilo Barbosa, vice-presidente de negócios da empresa no país, à BNamericas.

A provedora não deu detalhes sobre esses projetos, mas o executivo disse que uma das novas iniciativas em andamento envolve uma grande mineradora e o projeto está sendo executado com uma empresa do setor local.

Barbosa também cita um projeto com porto local como uma nova iniciativa de rede privada em que a Ericsson está envolvida.

A empresa tem procurado as empresas de telecomunicações como revendedoras e integradoras de seus equipamentos de rádio 5G para aplicações empresariais e industriais na América Latina, disse anteriormente à BNamericas Rodrigo Dienstmann, CEO da Ericsson para o Cone Sul.

Uma delas é a chilena Entel, que integrará a solução autônoma 5G privada da Ericsson em sua própria oferta. Ou seja, a Entel será distribuidora, revenda e integradora dos equipamentos 5G da Ericsson para empresas.

No Brasil, a Embratel/Claro, da América Móvil, é outro exemplo de empresa que atua como distribuidora e integradora da Ericsson no setor privado.

As duas empresas do grupo América Móvil trouxeram equipamentos da Ericsson para a rede privada desenvolvida em uma fábrica da Nestlé.

Ericsson, Claro e Embratel também foram responsáveis por um projeto de implantação de rede privada 5G SA na fábrica da WEG em Santa Catarina.