Cortes de verba do governo atingem duramente o setor argentino de construção

Um total de 4.465 empresas de construção na Argentina pararam de operar nos 12 meses encerrados em maio, à medida que as empreiteiras se recuperavam da suspensão do financiamento federal para obras públicas.

No final de maio, havia 16.305 empregadores ativos no setor, incluindo subempreiteiros – uma diminuição anual de 10,6%, de acordo com o Instituto de Estatística e Registro da Indústria da Construção (Ieric).

Isso não significa que as empresas que não estão ativas estejam fechando, mas que não contam com projetos ativos.

Uma fonte da Câmara Argentina da Construção (Camarco) comentou à BNamericas que a crise no setor se traduziu mais em demissões do que em falências de empresas.

A província de La Rioja registou o maior declínio homólogo em maio, com uma queda de 30,6% nos empregadores ativos, enquanto San Juan foi a única a registrar alta: um aumento interanual de 4,5%.

Em termos de emprego, havia 355.618 trabalhadores da construção registados no final de maio, uma diminuição de 1,1% em relação a abril e menos 19,9% que 12 meses antes.

NÚMEROS 

A atividade no setor da construção caiu 32,6% em termos anuais durante o mês de maio, mas aumentou 6,2% em relação a abril, de acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec).

O valor mensal é o segundo aumento consecutivo, mas o índice geral de atividade permanece muito abaixo dos números de dezembro de 2023 e acumulou uma queda de 32,2% nos primeiros cinco meses de 2024.

As vendas de asfalto caíram 47,8% em relação ao ano anterior em maio, após uma queda de 60,6% em abril.

Após tomar posse em dezembro, o presidente Javier Milei cortou o financiamento federal para milhares de projetos de obras públicas. Embora as autoridades tenham anunciado que alguns contratos serão retomados, apenas uma fracção das obras afetadas será beneficiada, com o resto enfrentando um cenário incerto.