Custos da internet fixa sobem para 4% da renda média familiar na Argentina

O custo dos serviços de internet fixa como proporção da renda média dos argentinos passou de 3% em agosto de 2023 para 4% em maio deste ano, acima do limite de acessibilidade definido pela Organização das Nações Unidas, que desde 2018 é de 2%.

O custo médio da internet em todo o país é de 20.035 pesos mensais (US$ 22), segundo o último relatório da câmara de internet Cabase, elaborado a partir de uma pesquisa conduzida nas quatro províncias mais populosas do país (Buenos Aires, Santa Fé, Córdoba e Mendoza) e na capital federal, Buenos Aires.

A penetração da internet fixa chega a 88% dos domicílios argentinos, um aumento de 2,5 pontos percentuais em relação a agosto do ano passado. Entre as residências sem serviço de internet, 41,5% usam dispositivos móveis e 36,75% compartilham o serviço de Wi-Fi com um vizinho.

Ainda de acordo com o relatório, 50,8% dos domicílios que antes tinham internet fixa, mas não contam mais com o serviço (79,7% do total), cancelaram a assinatura devido ao custo elevado.

O estudo concluiu que, por conta da crise econômica, 67,5% das residências argentinas tiveram que adotar medidas paliativas para reduzir o preço que pagam pela internet fixa. No caso da TV por assinatura, o percentual foi de 65,3%, enquanto na telefonia móvel e na telefonia fixa, os percentuais foram de 57,6% e 59%, respectivamente.

Entre as medidas paliativas estão a solicitação de cancelamento ou descontos e a mudança de provedor para conseguir um preço melhor.

No entanto, os pedidos de cancelamento definitivo ainda permanecem em níveis baixos, sendo 1,2% no caso da telefonia fixa, 1,9% na internet fixa e 3% na telefonia móvel e TV por assinatura. A opção de cancelamento foi mais expressiva nos serviços de streaming, com 10%.

Isso se explica pelos descontos oferecidos pelas operadoras de telecomunicações para fidelizar os clientes. No caso da internet fixa, 44% dos usuários solicitaram cancelamento, mas conseguiram um desconto, número que sobe para 47,5% no caso da TV por assinatura e 52,2% nos serviços de telefonia móvel.

DISPONIBILIDADE DOS SERVIÇOS

O relatório aponta que 53% dos acessos à internet são feitos através de fibra ótica, 26,9% por modem a cabo, 9,75% por sistemas sem fio, 8,44% por ADSL e 2,49% via satélite. Entre os entrevistados, 35,69% têm acesso a serviços com mais de 100 Mbps, enquanto 26,28% recebem uma velocidade de conexão entre 50 Mbps e 100 Mbps.

Ao todo, 66% dos domicílios contrataram outros serviços em pacotes com a internet; 47% têm internet e mais algum outro serviço (telefonia móvel ou TV por assinatura), enquanto 19% contratam os três serviços. Além disso, 89% das famílias assinam serviços de streaming.