Darío Martínez: “Não vamos doar o gás de Neuquén”

Comunicado de Darío Martínez, deputado da Assembleia Legislativa de Neuquén
Dezembro de 2024

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O ex-secretário de Energia Darío Martínez expressou preocupação com a volatilidade dos últimos anúncios da YPF sobre os projetos de GNL e afirmou que todas elas têm um denominador comum, que é conseguir um preço mais baixo para o gás na cabeça do poço.

Durante a sessão desta quinta-feira, o deputado provincial destacou que, enquanto outros deputados “se entretêm com pedidos de incapacidade moral, em termos circenses, estou preocupado com uma questão fundamental, que tem a ver com o futuro de Neuquén, e que é o preço da nossa produção em Vaca Muerta”.

Martínez expressou sua surpresa pela volatilidade dos projetos do GNL da YPF e, sobretudo, pelas declarações do presidente da empresa, Horacio Marín. “As declarações mudam tanto, sobre um assunto tão sério, que parecem pouco confiáveis”, disse ele.

“Primeiro ele declarou que era iminente o início do projeto com a Petronas, que envolvia trazer navios-fábrica e depois construir uma megafábrica. Diante da desistência da Petronas, anunciou que o projeto continua como está, mas com novos parceiros. Agora anuncia que vai aderir ao projeto PAE e que não vai construir usina em terreno”, explicou o legislador.

Nesse sentido, Martínez disse que em todos esses anúncios vê um fator comum que é a intenção de impor preços mais baixos do gás na cabeça do poço, o que afetaria os royalties de Neuquén e, portanto, de toda Neuquén.

“Vaca Muerta pode produzir o gás que a Argentina e toda a região necessita, e também tem capacidade para abastecer usinas de GNL. Tem capacidade para fazer tudo e qualquer procura é boa para a população de Neuquén porque gera royalties, trabalha e melhora o orçamento provincial”, disse o legislador e sublinhou que para isso é importante ter a infra-estrutura necessária.

“Vaca Muerta pode gerar gás, mas precisa de infraestrutura para transportá-lo, e é importante que desde Neuquén empurremos o pedido de infraestrutura para ampliar a produção”, disse o deputado.

Nesse sentido, Martínez pediu ao governador da província que exija as obras que faltam e sublinhou que o acompanharão para conseguir o que for necessário para melhorar o desenvolvimento de Vaca Muerta.

Além disso, o deputado disse que embora todas as iniciativas para exportar a produção de Neuquén sejam boas, “Vejo que os produtores estão tentando avançar, primeiro timidamente e agora publicamente, com projetos em que estabeleçam qual é o preço do gás de Neuquén. Lá temos que acender o sinal vermelho”, disse ele.

“Devemos chegar com o gás de Neuquén ao Brasil e fornecer o GNL, mas devemos defender o preço do gás. Hoje o gás que está colocado é o do Plano de Gás a 3,5 dólares por milhão de BTU, mas vejo uma intenção de atingir menor preços de cabeça de poço em alguns projetos. Temos que defender o preço do gás, não podemos exportar por menos do que o valor pago pelo mercado interno. Defender o preço do gás é defender o futuro de Neuquén”, afirmou.

“Não há como exportarmos para o Brasil ou GNL a preços inferiores ao valor interno, que é de US$ 3,5 por milhão de BTU. Temos que defender que os royalties não nos afetam e baixar o preço significa afetar os royalties e o futuro do povo de Neuquén”, concluiu.