De olho na Pemex: alívio da dívida e campos prioritários

O governo mexicano pode retomar as transferências diretas de recursos para a gigante pública de petróleo e gás Pemex no ano que vem devido ao cronograma apertado de pagamento da dívida da empresa.

O CEO da Pemex Octavio Romero Oropeza disse à imprensa na noite da última terça-feira (13) que sua equipe estava pedindo mais apoio à Secretaria da Fazenda, uma vez que o calendário de pagamentos de dívidas parece pesado para a empresa, sobretudo no primeiro trimestre de 2023.

“Pagamos [nossas dívidas] até agora”, afirmou Oropeza. “Não é fácil. Mesmo que o preço do petróleo esteja muito bom, nos meses anteriores chegou a um ponto difícil.”

A Pemex deve pagar cerca de US$ 8 bilhões em 2023, de acordo com sua última apresentação para investidores. Em 2024, os compromissos de dívida da empresa subiriam para US$ 8,7 bilhões, antes de cair para US$ 4,6 bilhões em 2025 e subir novamente para US$ 8,2 bilhões em 2026. A dívida total da empresa está agora em US$ 104 bilhões, informou a Pemex.

Há tempos o governo do presidente Andrés Manuel López Obrador tem coberto parte dos pagamentos da dívida da Pemex com o tesouro público para ajudar a empresa a liberar recursos para novos investimentos. No entanto, esse apoio foi suspenso no início de 2022, já que o aumento dos preços do petróleo sugeria que a empresa enfrentaria menos restrições financeiras este ano.

O governo também reduziu progressivamente o principal imposto da Pemex, o imposto sobre serviços compartilhados (DUC), desde 2020.

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A Pemex informou que a produção de seus “campos prioritários” aumentou no terceiro trimestre do ano, com a empresa adicionando 120.000 b/d na produção média de dezembro em comparação com setembro.

Segundo a empresa, a produção dos 36 campos onshore e de águas rasas em que a Pemex apostou seu principal esforço de investimento de curto prazo deve fechar o ano em 522.000 b/d de petróleo, incluindo condensados, acima dos 295.000 b/d de 2021.

A Pemex também disse que concentraria as iniciativas de desenvolvimento de 2023 em três campos, Quesqui, Ixachi e Tupilco. Ela também tentará retardar o declínio do ativo legado Ku-Maloob-Zaap, que ainda é o campo de petróleo mais produtivo do país.