De olho nas finanças do México: a emissão bem-sucedida de títulos de 800 milhões de euros e o corte para 2,5% na perspectiva para o PIB de 2022

O Ministério das Finanças do México elogiou a colocação bem-sucedida de um título de oito anos e 800 milhões de euros (US$ 914 mi) na terça-feira, a mais recente incursão positiva do país no mercado de dívida em moeda estrangeira.

O título foi subscrito 2,1 vezes, com o interesse sustentado do mercado na dívida mexicana gerando forte demanda, com a participação de 71 investidores globais, disse o ministério.

Com a emissão, “o governo implementou o maior exercício de refinanciamento da dívida externa da história do país, entre julho de 2019 e fevereiro de 2022, refinanciando aproximadamente US$ 20,9 bilhões”, afirmou o ministério.

Desde que o governo do presidente Andrés Manuel López Obrador (AMLO) começou, em dezembro de 2019, informou o ministério, foram refinanciados 54% da amortização de títulos denominados em moeda estrangeira com vencimento em 2024.

Ao fazer isso, acrescentou, o governo reduziu os pagamentos da dívida até 2024 para US$ 3,28 bilhões, contra US$ 13,5 bilhões, ou 76% menos, anteriormente.

PREVISÃO OFICIAL DO PIB CORTADA PARA 2,5%

O governo teve que reajustar suas expectativas para o crescimento do PIB em 2022, citando problemas ligados ao último aumento nas infecções por Covid-19.

Em comentários na segunda-feira, a secretária da Economia, Tatiana Clouthier, disse que a economia cresceria aproximadamente 2,5% em 2022, bem abaixo da estimativa oficial anterior de 4,1%, dada pelo Ministério das Finanças em setembro como parte da proposta de orçamento para 2022.

Apontando para a disseminação da variante ômicron da Covid-19, “agora estimamos que podemos crescer entre 2,5 e 2,6%”, disse Clouthier ao programa de rádio Aristegui Noticias.

A secretária, no entanto, não citou a desaceleração mais ampla da recuperação econômica no segundo semestre de 2021, que os economistas viram como ligada a problemas contínuos da cadeia de suprimentos e fraqueza no mercado de trabalho local, bem como os impactos de uma nova lei antiterceirização.

A estimativa de Clouthier coloca a previsão oficial de volta em linha com as estimativas do setor privado, embora existam valores discrepantes mais baixos, como a estimativa de 1,5% do Bank of America.

Suas projeções também se chocam com as últimas observações de AMLO sobre a economia. O presidente disse na semana passada que a economia cresceria a uma taxa média anual de 5% entre 2022 e 2024.