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Decreto de restrição de frete aéreo na Cidade do México prejudica companhias aéreas de carga

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Decreto de restrição de frete aéreo na Cidade do México prejudica companhias aéreas de carga

As tentativas de encerrar as operações de carga no aeroporto internacional Benito Juárez (AICM), que atende à Cidade do México, terão impactos profundos nas companhias aéreas, mas também beneficiarão um projeto emblemático do governo.

Pelo menos 10 companhias aéreas, nacionais e internacionais, serão afetadas por um decreto presidencial, que ainda não foi publicado no Diário do Governo para se tornar oficial, disse à BNamericas o analista de aviação Carlos Torres.

Há uma grande “possibilidade de que essas operações sejam transferidas para o Aeroporto Internacional Felipe Ángeles (AIFA). Isso geraria mais tráfego voluntário, não só de passageiros, mas também de cargas”, afirmou.

“A verdade é que [o AIFA] tem potencial para movimentar a área de carga para aumentá-la porque, na realidade, o mercado mexicano de transporte aéreo de carga continua muito escasso. Quando você analisa os números de outros países, mesmo dentro da América Latina e sem falar nos Estados Unidos ou na Europa, há uma indústria de cargas muito mais desenvolvida e as cargas são transportadas por via aérea e não por via terrestre”, disse Torres.

Na terça-feira (17), o governo publicou um projeto de decreto para encerrar as operações de carga no aeroporto mais importante do México durante o segundo semestre.

De acordo com o decreto, a nova regulamentação priorizaria o transporte de passageiros em detrimento do de carga, já que o aeroporto de dois terminais está saturado há muito tempo. No entanto, Torres disse que reduzir as operações de carga no AICM não fará grande diferença.

“Não vai descongestionar significativamente o aeroporto porque representa entre 30 e 32 operações por dia, ou seja, cerca de 3% das operações do AICM”, disse.

Desde o anúncio, vários especialistas e associações criticaram os planos, alegando que a real intenção é aumentar o tráfego no principal projeto do governo no estado do México. O Ministério da Defesa (Sedena) inaugurou o terminal civil-militar de passageiros em março de 2021, mas a instalação continua subutilizada.

Em sua entrevista coletiva matinal na quinta-feira (19), o presidente Andrés Manuel López Obrador disse: “estamos procurando aviões de carga para usar o aeroporto Felipe Ángeles, está chegando o acordo com as alfândegas, com aqueles que se dedicam ao transporte de carga em aviões, está progredindo muito bem.”

Segundo Torres, faz sentido transformar a AIFA em um hub logístico, mas sua falta de conectividade, como ligações rodoviárias inacabadas, não parece atraente para as companhias aéreas. Ao mesmo tempo, o AICM detém o maior mercado de cargas do México.

“Nenhum outro aeroporto do país concentra o nível de carga que aí é movimentado, e sobretudo esses bens e serviços são transferidos para os mercados internacionais, onde o AICM detém o maior volume”, disse.

Na quarta-feira (18), a câmara de transporte aéreo Canaero criticou o decreto, dizendo que faltam estudos e análises. Também disse que 90 dias é muito pouco para as companhias aéreas migrarem para outro terminal.

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