DigitalBridge aumenta aposta em fontes renováveis, torres e IA

A DigitalBridge, controladora da Scala no Brasil   e de empresas de torres e fibra na América Latina, está dobrando suas apostas na eficiência energética de datacenters, nas oportunidades de implantação de torres e na IA.

As estratégias foram destacadas pelos executivos da empresa durante o Investor Day de 2024, realizado na segunda-feira.

Na América Latina, a principal operação da DigitalBridge, com sede na Flórida, é a empresa brasileira de hiperescala Scala Data Centers, com datacenters e grandes projetos em andamento no Brasil, México, Chile e Colômbia.

As outras empresas latino-americanas que compõem o portfólio são: a empresa de torres Highline, com sede no Brasil, o grupo chileno de fibra Mundo e as empresas de torres Mexico Telecom Partners (MTP) e Andean Tower Partners (ATP).

Na apresentação, a DigitalBridge destacou os campi de datacenter da Scala no Brasil (Tamboré) e no Chile (Concepción) como exemplos de hubs para IA.

Os campi foram incluídos juntamente com outras construções ao redor do mundo, já que a DigitalBridge afirmou que pretende aproveitar as necessidades crescentes das principais empresas de tecnologia do mundo, impulsionadas pela demanda por genAI.

No final de março, os datacenters representavam cerca de 40% do portfólio global da empresa, seguidos por torres com 30%, fibra (20%) e pequenas células (10%), de acordo com os seus resultados financeiros.

No entanto, a empresa está otimista quanto às implicações a longo prazo para os investimentos em torres em mercados-chave, incluindo a América Latina.

A DigitalBridge relata mais de 89.000 sites de torres ativas em mais de 10 países, incluindo os portfólios da Highline, ATP e MTP. Nos mercados em desenvolvimento, o grupo afirmou que são necessárias mais torres por população para reduzir a congestão da rede e a latência.

“A DigitalBridge continua a buscar aquisições de torres em todo o mundo, focando em mercados com forte potencial de crescimento para aplicações 5G e IA”, disse o CEO Marc Ganzi aos investidores em abril, em uma teleconferência sobre resultados.

“A empresa vê as torres como infraestrutura essencial para suportar as crescentes demandas de dados e requisitos de conectividade de tecnologias avançadas”, acrescentou.

DESEMPENHO

A DigitalBridge relatou receitas totais de US$ 74,4 milhões globalmente no primeiro trimestre, com receita de taxas aumentando 21%, para US$ 72,8 milhões. A empresa conseguiu reduzir suas perdas para US$ 30,8 milhões, de US$ 292 milhões no primeiro trimestre de 2023.

Do ponto de vista do portfólio, o grupo encerrou março com mais de US$ 80 bilhões em ativos sob gestão, um aumento de 16% em relação ao ano anterior.

América do Norte e Europa representam, juntas, 65% dos negócios da empresa. A Ásia vem em seguida, com 25%. O restante do mundo, que inclui a América Latina, teve uma participação de 10%.

Em sustentabilidade, a DigitalBridge relatou que a Scala está utilizando 100% de energia renovável certificada e atingiu um índice PUE abaixo de 1,4.

A Switch, outra empresa do portfólio de datacenter da DigitalBridge, está buscando um PUE (Energia Total da Instalação) de 1,18, disse na apresentação do Investor Day.

A métrica PUE é calculada dividindo a potência total da instalação (a potência que entra no local) pela potência do equipamento de TI (a potência efetivamente utilizada para operar as máquinas).

CAPITAL

No geral, a DigitalBridge disse que fechou compromissos de US$ 1,1 bilhão em novo capital no primeiro trimestre, um aumento de 47% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Além disso, continua no bom caminho para cumprir ou superar as suas metas de formação de capital para 2024.

A empresa afirma ter mais de 2 GW em capacidade de datacenter em construção globalmente, com um pipeline superior a 5 GW, e US$ 15 bilhões orçados para investimentos em todo o seu portfólio em 2024.