Diretor da Grenergy na América do Sul atualiza status de projeto de hibridização de US$ 1,4 bi no Chile

A empresa espanhola de energia renovável Grenergy garantiu offtakers para as primeiras quatro fases de seu projeto de hibridização do parque solar Oasis de Atacama, iniciativa de US$ 1,4 bilhão realizada em cinco fases no Chile.

Visando o deserto do Atacama, o projeto Oasis de Atacama envolve a instalação de 820 MW de sistemas de armazenamento em baterias em cinco parques solares fotovoltaicos que terão capacidade combinada de cerca de 950 MW. Um parque gerador, Quillagua, de 103 MW, já está em operação. A duração da injeção é de até cinco horas, fornecendo 4,1 GWh.

A Grenergy classifica o projeto como o maior do gênero no mundo.

A comercializadora de eletricidade EMOAC garantiu acordos de compra de energia (PPA) de 15 anos para as três primeiras fases, e uma “concessionária global” fechou um PPA com a mesma duração para a quarta fase, de acordo com uma apresentação da empresa feita durante um evento de armazenamento de energia organizado por Universidade Técnica Federico Santa María do Chile.

As demais fases correspondem aos projetos solares fotovoltaicos Quillagua 2, Víctor Jara, Gabriela e Algarrobal, segundo informações do banco de dados de projetos da BNamericas.

As negociações para um PPA correspondente à fase final estão avançadas, revelou o diretor da Grenergy para a América do Sul, Felipe Pezo, durante o evento, realizado na capital chilena, Santiago.

Nos bastidores do evento, Pezo confirmou à BNamericas que a primeira fase deve ser conectada até o final do ano, e a segunda fase, no início de 2025.

As outras duas etapas já contratadas têm conexão programada para o segundo semestre de 2025, de acordo com informações anunciadas aos participantes do evento, patrocinado pelo coordenador da rede CEN, pelo regulador de energia CNE e pelo centro de pesquisa em energia solar SERC.

No geral, a Grenergy contratou 1,1 TWh/ano para as fases 1-4 e está preparada para fechar acordos de financiamento de projetos para as fases 1 e 2.

A Grenergy está em negociações com potenciais fornecedores de sistemas de baterias para as fases 3 e 4. A BYD da China está fornecendo sistemas para as fases 1 e 2.

Em geral, os sistemas de armazenamento em baterias integrados em parques de energias renováveis tendem a visar o campo de arbitragem/PPA. Os sistemas autônomos, que devem ganhar força no Chile após a publicação da regulamentação pendente, visam principalmente, pelo menos em outras jurisdições, o mercado de serviços de rede auxiliares.

O setor privado do Chile está injetando milhões de dólares em sistemas de armazenamento de energia. Pensando no ritmo do investimento, os legisladores retiraram recentemente de um projeto de lei de transição energética uma medida que estabelece uma licitação governamental para até 500 MW de capacidade de armazenamento de energia.

A mudança no texto vem depois do cumprimento da meta de construir, até o final do ano, um pipeline de 2 GW de projetos de armazenamento de energia em operação ou confirmados. Em uma apresentação recente, o ministro da Energia, Diego Pardow, disse que 400 MW estavam em operação, 240 MW estavam em fase de testes e 1,36 GW foram declarados em construção.

Uma pesquisa publicada pelo CEN indica que 2 GW de baterias instalados até o final de 2026 proporcionariam benefícios econômicos ideais – de US$ 513 milhões– e ajudariam a ajustar os requisitos até 2032.

O documento, publicado pela primeira vez em 2022 , foi concebido para apoiar os preparativos para uma rede elétrica 100% renovável a partir de 2030.

A partir de 2026, o Chile poderá ver um foco mais acentuado em sistemas de armazenamento de longa duração. O CEN está atualizando seu roteiro para uma transição energética acelerada, em um contexto de desativação de centrais de geração a carvão, que ocorreu mais rápido que o esperado.

Os sistemas de armazenamento, juntamente com outras soluções de flexibilidade, são considerados necessários para apoiar a eliminação do carvão e permitir uma maior penetração de energias renováveis de produção variável. Um objetivo fundamental hoje é mitigar o impacto dos crescentes cortes na geração de energia, associados ao excesso de oferta solar, às limitações de flexibilidade do sistema e ao congestionamento das redes de transmissão.