Economia boliviana deverá enfrentar anos difíceis pela frente

A economia da Bolívia enfrentará dificuldades no médio prazo e não conseguirá atingir taxas de crescimento semelhantes aos 3% do ano passado.

O crescimento será impactado negativamente pelas eleições presidenciais programadas para agosto, tensões com países como a Argentina, escassez de insumos e uma crise de balanço de pagamentos. A Bolívia provavelmente estará entre os países com as menores taxas de crescimento na América Latina.

Analistas consultados pela consultoria Focus Economics preveem que o crescimento chegará a 1,8% em 2025, em comparação com a média regional esperada de 2,3%. Eles também preveem um crescimento de 2,1% para o próximo ano e 2,4% ao ano entre 2027 e 2029.

A dívida pública atingirá uma participação de 87,9% do PIB neste ano e 93,4% em 2026.

Problemas com o nível de preços e a taxa de câmbio continuarão a limitar uma possível recuperação, e a perspectiva pode piorar. Embora o Banco Central (BCB) priorize a proteção da taxa de câmbio, ele carece de uma política monetária independente.

“Para atingir suas metas de política monetária, o BCB altera os requerimentos de reserva e sua meta de taxa de crescimento para crédito doméstico. As taxas domésticas devem ser reduzidas até o fim deste ano em linha com o Fed dos EUA”, segundo a Focus Economics.

A moeda local está atrelada a cerca de 6,90 bolivianos por dólar americano desde 2011. Alguns analistas esperam que a paridade seja rompida após as eleições, com a taxa de câmbio atingindo 7,18 bolivianos por dólar. Outros, no entanto, esperam a ruptura em 2026 e uma taxa de câmbio de 7,99 bolivianos por dólar.

A inflação atingirá 7,6% este ano, segundo os analistas. No ano passado, ficou em 5,1%.