Economia do Brasil supera expectativas

Como a economia do Brasil tem mostrado um desempenho melhor do que o esperado, os economistas estão ajustando as suas previsões para o ano inteiro, mas veem apenas um espaço limitado para reduções da taxa básica.

O Brasil registrou um crescimento, no segundo trimestre, de 0,9% em relação ao trimestre anterior e 3,4% em relação ao ano anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O desempenho econômico está melhor do que o esperado e isso é muito influenciado pelo forte mercado de trabalho e pelos ganhos de renda das famílias, graças ao recente aumento do salário mínimo”, disse André Perfeito, economista-chefe da corretora Necton, à BNamericas.

Em maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou um aumento do salário mínimo de 1.302 reais para 1.320 reais (US$ 270).

O desemprego também está em queda, com 7,9% nos três meses encerrados em julho, ante 8,5% no trimestre anterior.

“Devido aos resultados do PIB até agora, neste ano, e ao desempenho do mercado de trabalho, estou revisando minhas estimativas do PIB de uma expansão de 2,5% para pelo menos 3% este ano”, disse Perfeito.

O desempenho positivo se deveu, principalmente, ao aumento do consumo das famílias e à aceleração da atividade industrial, segundo o IBGE.

“Achamos que o crescimento será mais fraco durante o segundo semestre do ano, mas dados os números do segundo trimestre e a resiliência de algumas das pesquisas mais recentes, a economia está a caminho de se expandir em cerca de 3,5% ao longo do ano como um todo”, escreveu a Capital Economics, em um relatório. A empresa previu, anteriormente, um crescimento de 2,3%.

TAXA BÁSICA

A redução da taxa Selic, em agosto, de 13,75% para 13,25%, iniciando um ciclo de flexibilização monetária, apresentará resultados positivos no segundo semestre, segundo Perfeito.

“Vamos começar a ver a taxa de investimento aumentando devido à redução dos juros, mas vejo limitações para uma redução mais agressiva devido à persistência inflacionária e a uma base fiscal mais fraca para o governo. O ciclo de redução da Selic será limitado a 10,75%”, disse Perfeito.