Economia do México desacelera no quarto trimestre, mas perspectivas melhoram para 2023

A economia mexicana desacelerou seu ritmo de crescimento no quarto trimestre, afetada pelo fraco desempenho dos Estados Unidos, seu principal parceiro comercial.

O PIB do México cresceu 0,4% entre outubro e dezembro, ante 0,9% no trimestre anterior e seu menor nível trimestral do ano, segundo dados preliminares com ajuste sazonal da agência de estatísticas Inegi publicados na terça-feira (31).

No entanto, na comparação anual, a economia mexicana cresceu 3,5% no quarto trimestre de 2022, embora também abaixo dos 4,3% do terceiro trimestre de 2022.

Durante todo o ano de 2022, a segunda maior economia da América Latina cresceu 3%, após expansão de 5% em 2021, o que foi parcialmente sustentado pela menor base de comparação com os números de 2020 em meio à pandemia. No entanto, o aumento do próximo ano “implica uma recuperação total da crise da Covid-19”, disse a economista Gabriela Siller no Twitter.

“2022 foi um bom ano em termos de crescimento, mas poderia ter sido melhor, se a oportunidade de nearshoring tivesse sido totalmente explorada e se o driver de crescimento interno do investimento fixo bruto estivesse em vigor. Com isso, o PIB poderia ter crescido 4%”, acrescentou o diretor de análise econômica do Banco Base.

Na segunda-feira, o subsecretário do Tesouro, Gabriel Yorio, anunciou em videoconferência à imprensa que a economia mexicana teria se recuperado entre 2,9% e 3% no ano passado, impulsionada pelo mercado de trabalho e pelo consumo privado.

“Praticamente, esse crescimento foi impulsionado por aumentos em quase todos os setores, bem como altos níveis de emprego e consumo privado”, disse Yorio a repórteres.

Em seu relatório atualizado do World Economic Outlook divulgado na segunda-feira, o FMI revisou sua estimativa de crescimento do PIB para o México para 1,7%, de 1,2% projetado anteriormente, devido à “resiliência inesperada da demanda doméstica [e] crescimento acima do esperado nas economias dos principais parceiros comerciais”.

No entanto, para 2024, reduziu sua projeção para o México para uma expansão de 1,6% ante os 1,8% calculados em outubro.