Economia do México deve ter crescimento modesto em 2025

A economia do México terá um crescimento de apenas 1% no ano que vem, já que o setor financeiro e as iniciativas de nearshoring do país também enfrentarão as complicações relacionadas aos anúncios de tarifas feitos pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

“Esse crescimento de 1% já prevê essas complicações para os investimentos e a chegada de Trump”, disse Janneth Quiroz, diretora de estudos econômicos do grupo financeiro Monex, em entrevista coletiva nesta terça-feira (26).

“No entanto, apesar desse crescimento modesto, acreditamos que não haverá uma redução considerável da inflação devido aos riscos e ao aumento de preços dos produtos importados”, acrescentou Quiroz.

Trump prometeu recentemente impor uma tarifa de 25% sobre importações do México e do Canadá, e um adicional de 10% sobre produtos chineses. Essa medida também complicaria o nearshoring, ou a realocação de cadeias de suprimentos para locais mais próximos do mercado dos EUA, fenômeno que trouxe benefícios consideráveis ao México.

Durante o primeiro semestre, o México viu 143 anúncios de investimentos relacionados ao nearshoring.

“Diante da incerteza, os investidores vão desacelerar até que entendam quais políticas serão adotadas pelo México e pelos Estados Unidos”, afirmou Quiroz.

“Temos visto cada vez menos anúncios relacionados ao nearshoring, ou pausas, como o caso da Tesla”, lembrou o analista de negociações da Monex, Brian Rodríguez. “Ainda não se sabe se a velocidade atrativa da tendência do nearshoring permanecerá em 2025.”

Na última quarta-feira, a presidente Claudia Sheinbaum disse que o México responderá às tarifas dos Estados Unidos com medidas semelhantes, incluindo tarifas sobre produtos.

A Monex espera que o governo mexicano corte gastos no ano que vem, o que pode levar a uma melhor perspectiva de classificação.

“Se a gestão [financeira] for adequada, o déficit público for reduzido e a dívida não aumentar, isso pode fazer com que [as agências de classificação] melhorem mais uma vez a perspectiva, de negativa para neutra”, avaliou Quiroz.