Ecopetrol avança com planos de importação de gás da Venezuela

A petrolífera estatal colombiana Ecopetrol está avançando com os planos de importar gás da Venezuela em uma tentativa de evitar um déficit iminente do combustível fóssil, informou o CEO Ricardo Roa nesta sexta-feira (1º).

Segundo Roa, a empresa está conduzindo uma revisão técnica de um gasoduto binacional de 224 km, que está fora de serviço desde 2015.

“O contrato que está ativo [com a petrolífera estatal venezuelana PDVSA ] permite a possibilidade de importar até 200 MMf³/d [milhões de pés cúbicos por dia] de gás”, disse Roa em uma teleconferência de resultados trimestrais.

“Estamos acompanhando a inspeção e o nível de confiabilidade do gasoduto para que ele possa ser usado em caso de emergência. É uma das quatro ou cinco opções que temos para atender à demanda crescente.”

Roa lembrou que a Colômbia enfrentaria um déficit de gás natural de 31 BBTU/d (bilhões de unidades térmicas britânicas por dia) este ano em um cenário de demanda média. O déficit deve aumentar para 131 BBTU/d em 2025 e 150-200 BBTU/d em 2026, de acordo com a Ecopetrol.

Em entrevista a uma rede de televisão nesta sexta-feira, Roa afirmou que não estava preocupado com o plano do Departamento de Estado dos Estados Unidos de restabelecer as sanções contra a Venezuela este ano.

“Essa decisão considera a situação tal como está hoje”, destacou Roa, referindo-se ao alívio temporário das restrições por parte de Washington, anunciado em outubro. “Se as sanções forem reimpostas, vamos deixar de lado essas transações”, acrescentou.

Outras opções para aumentar o fornecimento de gás incluem uma expansão da infraestrutura de importação de GNL na costa do Caribe e um novo terminal de regaseificação em Buenaventura, na costa do Pacífico, pontuou Roa.

Os comentários foram feitos no momento em que a Ecopetrol reportou um lucro de US$ 1,07 bilhão no quarto trimestre, uma queda de 38% em relação ao ano anterior. Roa atribuiu a redução aos preços internacionais mais baixos do petróleo.

A empresa sediada em Bogotá reiterou seu plano de investir entre 23-27 trilhões de pesos, até US$ 6,8 bilhões, este ano.