Empresas argentinas estão ficando para trás no uso de software para sustentabilidade

Um relatório patrocinado pela SAP descobriu que as empresas argentinas estão de fato investindo em questões de sustentabilidade, mas ainda estão atrás da região no uso de software para medir e relatar suas práticas ESG.

Os resultados da pesquisa, apresentados em coletiva de imprensa em Buenos Aires, mostraram que, de 100 empresas consultadas, apenas 26% estão usando tecnologia para gestão de ESG, enquanto 58% estão consultando especialistas para implementá-la e 45% estão considerando adquiri-la.

Questionado pela BNamericas sobre por que a Argentina está ficando para trás na adoção de software de medição de ESG, Damián Rabinovich, líder de sustentabilidade da SAP para a região sul, disse que “a tecnologia precisa de investimento, por isso é preciso ver o investimento versus o resultado. Mas [as empresas] estão indo nesta direção, temos uma demanda [grande].”

Além de softwares de gestão, o uso da tecnologia envolve a instalação de sensores para medir as emissões de carbono nos processos industriais e a aquisição dos dispositivos necessários, entre outros aspectos.

"Estamos falando da necessidade de investimento, dedicação, tempo e esforço", acrescentou Rabinovich.

Uma das motivações para as empresas adquirirem um software para ESG é que elas não querem depender de terceiros para medir o impacto de suas ações de sustentabilidade. “Hoje as empresas já começam a desenvolver sua área interna [de sustentabilidade]”, acrescentou o executivo.

Rabinovich explicou que o uso da tecnologia pode facilitar muito a coleta de informações que as empresas já possuem em suas operações.

“A tecnologia pode encurtar os tempos e não só medir uma vez por ano – quando é publicado o relatório de ESG –, mas também poder fazer uma análise sequencial mês a mês, medindo a evolução do indicador”, acrescentou.

Ele também acrescentou que a maioria das empresas que produzem relatórios de sustentabilidade na Argentina ainda o fazem com processos manuais e levam em média de 4 a 6 meses para coletar os dados necessários.

SUSTENTABILIDADE NA ARGENTINA

A pesquisa da SAP também revelou que 74% das empresas argentinas têm uma estratégia de sustentabilidade.

34% dos executivos consultados indicaram que planejam aumentar o investimento em sustentabilidade em relação a 2022. Enquanto isso, 59% planejam sustentá-lo e apenas 7% reduzi-lo.

Em comparação com outros países latino-americanos, as motivações das empresas argentinas para adotar uma estratégia sustentável diferem em termos de prioridades. O principal fator na Argentina é o comprometimento dos CEOs (71%, 9% a mais que no restante da região). Em segundo lugar está a reputação da empresa com 67%, percentual em linha com a média regional.

Como a Argentina não possui uma regulamentação sobre sustentabilidade, sua adoção para conformidade regulatória está abaixo da média regional. A SAP espera que a recente incorporação de critérios de sustentabilidade no padrão global IFRS impulsione os investimentos em ESG na Argentina.