Empresas lideram desenvolvimento do centro de hidrogênio verde da Colômbia

O departamento colombiano de Antioquia está liderando os esforços para transformar o país andino em um exportador de hidrogênio verde.

O Ministério de Minas e Energia revelou que um consórcio público-privado está avançando com os planos para um centro de hidrogênio verde no departamento, localizado no noroeste da Colômbia.

A iniciativa busca estabelecer um ecossistema para a produção, armazenamento e distribuição de hidrogênio proveniente de energias renováveis.

“A colaboração entre os setores público, acadêmico e privado é crucial para desenvolver projetos que não só beneficiem a região, mas também contribuam para o desenvolvimento sustentável em nível nacional e internacional”, afirmou o Ministério de Minas e Energia em um comunicado.

O desenvolvimento do centro está sendo impulsionado pelo Ministério de Minas e Energia, juntamente com a concessionária EPM, a empresa de tecnologia local Opex, a desenvolvedora privada de energia Celsia e a Universidade de Antioquia, entre outros parceiros.

Os projetos já em andamento incluem iniciativas de mobilidade sustentável e produção de fertilizantes verdes, segundo o Ministério.

PREVISÃO DE CUSTOS

De acordo com um estudo encomendado pela Agência Alemã para a Cooperação Internacional (GIZ), o centro cobrirá 702.150 hectares no município de Sonsón, cerca de 100 km a sudeste de Medellín.

O documento, que pode ser visto aqui, prevê um custo nivelado do hidrogênio verde dos projetos solares do centro de US$ 3,4/kg em 2030, abaixo dos US$ 6,4/kg em 2020. A expectativa é que o valor caia para US$ 1,7/kg em 2040.

Entretanto, o custo nivelado do hidrogênio proveniente de energia eólica deve cair de US$3,68/kg em 2020 para US$2,95/kg em 2030 e US$2,66/kg em 2040.

HIDROGÊNIO DA HIDRELÉTRICA

A BNamericas apurou que o hub também inclui planos para produzir hidrogênio a partir de energia hidrelétrica.

Em maio, o professor de engenharia energética da Universidade de Antioquia, Andrés Amell, disse à BNamericas que a instituição estava colaborando com a empresa estatal Ecopetrol em um projeto-piloto que utilizaria usinas hidrelétricas de pequena escala para produzir hidrogênio para indústrias locais e possíveis mercados de exportação.

Além disso, em março, a presidente executiva da associação colombiana de hidrogênio, Mónica Gasca, revelou à BNamericas que a Opex – através da sua iniciativa Hevolución – planejava facilitar as exportações de amônia verde para a Alemanha por meio de um eletrolisador de 2,5 MW que utilizaria energia hidrelétrica em Antioquia.

OUTROS PLANOS

A EPM afirmou em maio que estava em busca de parceiros para joint ventures viscom foco na produção de hidrogênio verde para os mercados de exportação na Europa e na Ásia.

A empresa pretende produzir 100 toneladas/ano do vetor energético no curto prazo e 400 toneladas por ano dentro de três anos, disse o CEO John Maya, acrescentando que a EPM poderia “quase triplicar” sua receita com exportações de hidrogênio até 2030.

O hidrogênio enviado para o exterior seria armazenado em amônia por meio de um processo químico antes de ser extraído por aquecimento.