Enami inicia busca por parceiros para projeto de lítio no Chile

No ano passado, o Chile recebeu US$ 21,7 bilhões em investimento estrangeiro direto (IED), o maior valor desde 2015, o que demonstra a confiança no país, segundo o presidente Gabriel Boric.

O presidente, que falou no sétimo fórum internacional da agência estatal InvestChile, previu um aumento do IED por conta da abertura ao setor privado como parte da estratégia nacional do lítio.

No evento, a empresa estatal de mineração Enami lançou seu processo de busca por parceiros para uma parceria público-privada para o projeto de lítio Salares Altoandinos, baseado em duas linhas.

“Uma para o desenvolvimento e a operação do projeto e outra para o financiamento”, explicou Ivan Mylnarz, vice-presidente executivo da Enami, em uma coletiva realizada simultaneamente ao fórum.

A mineradora estatal vai investir US$ 10,5 milhões em uma campanha de exploração nos salares de Aguilar, Grande e La Isla, parte dos Salares Altoandinos, e está processando um pedido de contrato especial de operação de lítio ao Ministério de Mineração.

A BNamericas questionou sobre os planos de desenvolvimento, e Mylnarz afirmou que a estratégia de produção pode variar. “Poderíamos ter como alvo apenas um ou avançar em conjunto. Isso faz parte da engenharia que discutiremos no final do ano.”

As inscrições para o processo da Enami vão até 7 de junho e o prazo para manifestação de interesse é 23 de julho. Além disso, a empresa está reunindo informações sobre tecnologias de extração direta de lítio.

Na entrevista, a ministra de Mineração, Aurora Williams, celebrou a chamada internacional que a pasta está realizando para receber manifestações de interesse de investidores em participar de projetos de lítio em 26 salares localizados na região norte do Chile.

O processo terminará em 17 de junho e já está alcançando grande importância global, garantiu Williams.

A BNamericas consultou sobre a importância de fortalecer a transparência na estratégia do lítio. Sobre isso, Williams enfatizou que existem mecanismos de entrega de informações e que a lei do lobby ajuda a regular os vínculos e a transparência nas decisões que são adotadas.

No entanto, “as empresas públicas Codelco e Enami possuem mecanismos próprios de governança corporativa e códigos que protegem aspectos dessa natureza. No momento, há empresas e ministérios que estão em negociações, portanto, devemos proteger os interesses das partes. Chegará o momento de disponibilizar essas informações de maneira transparente”, explicou a ministra.

O fórum InvestChile reuniu mais de 400 representantes de 100 empresas internacionais e mais de 60 projetos de investimento superiores a US$ 9 bilhões, segundo os organizadores.