EPM concede contrato para conclusão de obras de Hidroituango

A construtora colombiana Schrader Camargo e sua parceira chinesa Yellow River conquistaram o contrato para concluir as obras de construção da barragem Hidroituango, na Colômbia, informou a proprietária do projeto, Empresas Públicas de Medellín (EPM), nesta quarta-feira (11).

O valor do contrato é de 1,07 trilhões de pesos (US$ 260 milhões) e o prazo para a conclusão das obras é de 1.125 dias corridos, ou pouco mais de três anos, segundo um comunicado da EPM.

“Temos muita clareza sobre o trabalho que precisa ser feito porque o estudamos há um ano e meio. O projeto está em boas mãos”, disse à BNamericas o gerente-geral da Schrader Camargo, Andrés Canela.

“Estamos muito orgulhosos de fazer parte da construção de Hidroituango. É um dos projetos de infraestrutura mais importantes do país e demonstra a capacidade da engenharia colombiana”.

O anúncio foi feito cinco semanas depois de a EPM ter divulgado que duas das três propostas aprovadas na fase de pré-qualificação do contrato haviam sido declaradas nulas.

A empresa italiana Todini Costruzioni Generali não cumpriu os requisitos de garantia bancária, enquanto o China Gezhouba Group foi rejeitado por regras relacionadas a títulos de licitação e seguros, de acordo com documentos publicados pela EPM.

A única proposta qualificada veio do consórcio Schrader Camargo-Yellow River, conhecido como CyS.

As empresas faziam parte do consórcio Ituango PC-SC – junto com a Power China Internacional –, que apresentou a única proposta na licitação anterior para as obras. A oferta foi declarada nula porque as empresas não tinham a experiência necessária.

Em abril, a EPM lançou uma nova licitação para o projeto, com regras reformuladas, incluindo uma disposição que permitia que empresas consorciadas credenciassem sua experiência em conjunto sob determinadas condições.

A CyS será responsável pelas obras civis das unidades 5 a 8 do projeto, que dobrarão a capacidade instalada para 2,4 GW.

As duas primeiras turbinas do projeto começaram a operar em dezembro e outras duas unidades devem entrar em operação ainda este ano.

O projeto Hidroituango enfrentou uma série de problemas de construção, que se tornaram evidentes pela primeira vez quando um túnel auxiliar desabou, em abril de 2018, oito meses antes da data prevista para o início da operação da planta.

Segundo cálculos da BNamericas, o custo total do projeto deve atingir 18 trilhões de pesos (cerca de US$ 4 bilhões) na melhor das hipóteses, o que representa um excesso de cerca de 7 trilhões de pesos em seu orçamento original.