EPR vence leilão de US$ 3,45 bi para concessão de rodovias paranaenses

O consórcio EPR Participaçõe, formado pela empresa brasileira de infraestrutura Equipav e pela empresa de investimentos Perfin, ganhou a concessão do segundo lote de rodovias no estado do Paraná, que exigirá investimentos no valor de 17,3 bilhões de reais (US$ 3,45 bilhões).

A EPR foi a única licitante para o contrato de 30 anos. O leilão foi realizado na bolsa de valores brasileira B3.

O Lote 2 inclui uma extensão de 605 km e diversos trechos rodoviários, incluindo BR-153/277/369 e PR-092/151/239/407/408/411/508/804/855.

O contrato envolve investimentos de 10,8 bilhões de reais e 6,5 bilhões em despesas operacionais. As principais obras que a EPR irá realizar são 350 km de alargamento, construção de 139 km de vias adicionais e 73 km de estradas marginais de acesso.

A EPR ofereceu desconto de 0,08% nos pedágios que cobrará dos usuários. A empresa deverá assinar o contrato de concessão em janeiro e iniciar as operações no mês seguinte.

A falta de interesse no leilão gerou certa preocupação devido ao elevado número de concessões futuras no segmento rodoviário.

“O interesse morno se deve ao fato de haver um número muito grande de leilões no setor. As concessionárias tradicionais, que já operam outras rodovias, estão cada vez mais seletivas e ainda há muitos projetos a serem implementados”, Paulo Dantas, especialista em infraestrutura e project finance do escritório de advocacia Castro Barros Advogados, disse à BNamericas.

RPE

A nova concessão marca a expansão da EPR para outros estados.

A empresa opera duas concessões rodoviárias em Minas Gerais, a EPR Sul de Minas e a EPR Triângulo, que têm extensão total de 1 mil km.

Programa Rodoviário do Paraná

O lote leiloado nesta sexta-feira (29) faz parte de seis lotes que estão sendo ofertados pelo Paraná, e o governo federal prevê pelo menos outros dois leilões no próximo ano.

Os lotes totalizam 3,3 mil km e vão conectar o porto de Paranaguá, a capital Curitiba e 29 municípios, ligando o oeste e o norte do Paraná e seguindo até a ponte da Amizade, na fronteira com o Paraguai.

“Os lotes rodoviários paranaenses não são trechos de tráfego muito intenso, o que prejudica o apetite das empresas pelos leilões. Por isso, talvez seja melhor que o governo considere dar um pouco mais de espaço no cronograma desses leilões”, disse Alberto Sanz Sogayar, sócio especializado em infraestrutura do escritório MAMG Advogados, à BNamericas.

Em agosto, um consórcio liderado pelo Pátria Investimentos venceu o leilão do lote 1, concorrendo contra proposta da EPR.

A grande carteira de projetos rodoviários está obrigando o governo do Paraná a aumentar o quadro de funcionários do Instituto Água e Terra (IAT) para agilizar os processos de licenciamento.

Pelo menos 245 funcionários serão acrescentados à folha de pagamento da agência.

O presidente do IAT, Everton Souza, disse que foi criada uma força-tarefa no órgão para avaliar uma ampla gama de projetos de infraestrutura, incluindo rodovias, pontes, obras habitacionais e projetos de saneamento.