Equador contratará geração emergencial para enfrentar crise de energia

Em meio à crise elétrica que afeta o Equador, a estatal Celec abriu recentemente processos emergenciais de compras públicas para a geração de energia elétrica, visando enfrentar a escassez durante a próxima estação seca nas áreas sul e amazônica, onde está localizada a maioria das hidrelétricas.

A Celec planeja comprar quatro geradores de energia terrestre e alugar uma barcaça por meio de um processo iniciado na semana passada, o qual será concluído no final deste mês, disse o CEO da empresa, Fabián Calero, a repórteres.

O custo dos cinco contratos seria de cerca de US$ 500 milhões, dos quais US$ 173 milhões serão para a barcaça de geração termelétrica com combustível residual.

“É um processo aberto, um processo internacional emergente para incorporar a geração em cinco pontos e suprir a demanda do setor elétrico, especialmente em outubro e abril, quando ocorre a estação seca”, disse Calero durante o Power & Renewable Energies, evento organizado em Quito pela empresa Seminarium.

O contrato visa incorporar cerca de 438 MW ao sistema elétrico do país. Os geradores terrestres e a barcaça serão destinados às províncias costeiras de Esmeraldas, Los Ríos, Santa Elena e Guayas.

Calero acrescentou que a Celec busca contratar os chamados geradores conteinerizados, de rápida instalação, para que atendam com diligência as necessidades elétricas do país. Além disso, a empresa também incorporará 200 MW de capacidade graças à hidrelétrica Toachi-Pilatón, que ficará pronta no primeiro trimestre de 2025, e recuperará a disponibilidade na geração termelétrica ativa.

Devido à seca entre outubro e dezembro do ano passado, o Equador teve que racionar energia, medida que se repetiu em abril.

O excesso de chuvas provocou a acumulação de sedimentos em Coca-Codo-Sinclair, principal hidrelétrica do país, que nos últimos dias deixou de funcionar e reduziu a capacidade nacional de produção de eletricidade.

No dia 19 de junho, o Equador sofreu um apagão devido a uma falha na linha de transmissão Milagro-Zhoray, de 256 MW – parte do anel de 230 kV que conecta o território do país.