Equador descarta trem de mineração

A construção de um trem de mineração no Equador é cada vez mais improvável, embora existam alguns projetos de mineração que devem entrar em produção até 2030.

“O projeto [trem da mineração] está em standby no momento”, disse à BNamericas Roberto Salas, chefe da secretaria técnica de parcerias público-privadas. “É provável que o país volte a pensar nisso quando já houver várias novas minas exportando, pois isso ajudará a melhorar a competitividade e reduzir custos.”

Com o apoio do BID, o Equador contratou no ano passado um consultor que determinou que os corredores ferroviários mineiros, um ao norte e outro ao sul, exigiriam mais de US$ 2 bilhões em investimentos, informou Salas.

No entanto, as empresas que pretendem iniciar a construção de uma mina ou a sua produção nos próximos anos irão fazê-lo em momentos diferentes, não tendo o Estado estes recursos para investir sozinho, acrescentou.

O responsável indicou que, ao consultarem as empresas mineiras, estas afirmaram que não estavam preparadas para assumir os compromissos de carga que os trens mineiros iriam exigir.

Em recente entrevista à BNamericas, o ministro de Energia e Minas, Fernando Santos, disse que a SolGold, responsável pelo projeto de cobre-ouro Cascabel, de US$ 3 bilhões, planeja construir um duto para transportar o material até o porto de Esmeraldas.

Salas destacou que a empresa australiana disse aos consultores que esse mineroduto era a alternativa à ferrovia, por considerá-lo mais competitivo em custos e eficiente.

O mesmo aconteceu com outras empresas que iniciarão a produção em seus projetos nos próximos anos, acrescentou.

Salas disse que a Ecuacorriente e a Lundin Gold, operadoras das minas de cobre Mirador e da mina de ouro Fruta del Norte, também não estão interessadas no trem mineiro, “pelo menos por enquanto”, já que usam caminhões para o transporte, e isso dá fontes de trabalho à comunidade da área de influência.

Mirador e Fruta del Norte são as duas únicas minas industriais ativas no Equador, mas há pelo menos sete projetos que devem começar a produzir nos próximos anos.